Doença ilustrada: jovem com esquizofrenia desenha sua realidade sombria

Kate, uma jovem artista de 18 anos, foi diagnosticada no ano passado com esquizofrenia. Rotulada com diversos termos ao longo dos anos, ela descobriu sua condição após seus pais perceberem que sua saúde mental estava ficando cada vez pior, de acordo com informações do Bored Panda.

“Eu sempre fui uma artista, e eu simplesmente não percebi o que isso significava até que minha doença mental apareceu”, disse ela afirmando desprezar o termo ‘doente mental’. “Isso implica que quem eu sou como pessoa é fundamentalmente corrompido ou quebrado”.

No entanto, embora tente explicar às pessoas como se sente, sabe que é assim que é vista.

“Eles veem o estigma perpetuado pela mídia e os estereótipos imprecisos retratados por Hollywood”, disse. “É precisamente por isso que eu sou tão aberta sobre a forma como vivo”. 

“Nas minhas alucinações eu ouço vozes, efeitos sonoros, ruídos aleatórios, e muitas vezes vejo rostos e olhos desencarnados”, revelou.

“Eu alucino com muita frequência, e minha depressão me faz sentir inútil como uma mosca”.

Para retratar sua realidade, ela pinta o que sente. Sua arte revela objetos inanimados que mais parecem pinturas de Van Gogh.

“Alucinação: uma experiência que envolve a aparente percepção de algo que não está presente”.

Segundo ela, esta ilustração que diz “Espero que você engasgue na fumaça de seu próprio cigarro”, representa a citação de um artista chamado Joy.

Esta outra, que representa uma figura sem olhos com uma cruz virada de cabeça para baixo na testa, ela nomeou como “O messias”.

Nesta, que mais parece uma aranha com três olhos humanos, ela contou que em uma das alucinações, a viu rastejando pela ventilação de seu teto e fazendo ruídos de clique. Em outra ocasião, o viu rastejando para debaixo dos móveis.

“Esta é um autorretrato”, disse ela. “Eu me olhei no espelho uma vez e vi que meus olhos estavam assim, então resolvi pintá-los”.

“Eu sinto muitas emoções intensas e escuto vozes que me pedem para atear fogo nas coisas”.

“Aqui está um exemplo dos olhos desencarnados que vejo”, revelou ela. “Eles surgem em montes ou massas na superfície de minhas paredes ou pisos, e se movem”.

“Esta é Birdie, e ela canta para mim”.

Nesta pintura ela revela que sua autoestima é muito baixa e geralmente se sente insignificante, com vontade de entrar no corpo de uma pessoa “mais bonita”. “Talvez, se eu roubar a beleza dela, então terei a minha”.

“Às vezes, os olhos das pessoas mais se parecem com círculos de cores estranhas”.

Segundo ela, elementos como organização, comunicação, paranoia, depressão, ansiedade e controle de emoções são suas maiores dificuldades.

“O que eu vivo não é fácil e pode ser debilitante, mas eu não saio nas ruas gritando sobre abduções alienígenas. Isso não quer dizer que não há pessoas lá fora que vivam estados mais graves – eu sei que há. No entanto, também há pessoas como eu que apenas ficam em casa a maior parte do tempo confinadas em seu quarto. É um espectro de sintomas com diferentes níveis de gravidade. A experiência de cada pessoa é única”.

Fonte: Bored Panda Fotos: Reprodução / Bored Panda