Apesar de estar na moda, óleo de coco não traz benefícios e ainda pode fazer mal, segundo especialistas

de Gustavo Teixera 0

Recentemente, estão circulando na internet informações sobre os benefícios do óleo de coco, como prevenção de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, melhora o cabelo, a saúde e o emagrecimento.

 

Mas, sociedades médicas brasileiras estão tentando desmitificar os falsos efeitos e falsos benefícios do óleo de coco. A Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) já se posicionou contra o óleo de coco ser usado para emagrecer. E essa não foi a única associação médica a ter o mesmo posicionamento:  A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) também se posicionaram conjuntamente contra o uso de óleo de coco para perder peso.

 

Segundo as duas entidades, não existe qualquer evidência científica que comprove que o óleo de coco realmente emagreça.Segundo a Abran, o óleo de coco não possui função antibacteriana, mesmo com muitas pessoas o usando para higiene. Não existem também estudos que comprovem que o óleo de coco melhore a função cerebral ou previna doenças neurodegenerativas.“Hoje não há suporte científico para dizer que ele traz qualquer benefício”, disse Ana Lucia dos Anjos, pesquisadora da faculdade de Medicina da Unesp.

 

De forma muito prática, é possível dizer que ele não serve para nada”, disse Fábio Trujilho, presidente da Sbem. Já para a presidente da Abeso, Maria Edna de Melo, é só mais um modismo por ser um produto natural, e segundo ela, quando usam produtos apenas por modismo, as pessoas podem acabar esquecendo os possíveis riscos que podem trazer à saúde.

 

Ainda segundo Maria Edna, o óleo de coco é rico em gorduras saturadas, portanto está relacionado a doenças cardiovasculares. Alguns estudos afirmam que o consumo do óleo de coco pode ainda trazer um aumento de colesterol.A pesquisadora do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Clarissa Fujiwara afirmou que o óleo de coco não deve substituir outros óleos, e que aqueles que precisam controlar os níveis de colesterol não devem usá-lo.

 

Ainda segundo a pesquisadora, o azeite de oliva é um óleo seguro e existe consenso entre as associações médicas sobre seu uso. Vale ressaltar que, devido a esses fatos relacionados no texto, usar com moderação o óleo de coco é o melhor caminho.

[ Folha ] [ Fotos: Reprodução / Folha ]

Jornal Ciência