Será que você consegue “ouvir com os olhos”? Faça o teste de sinestesia e descubra

de Merelyn Cerqueira 0

Um novo estudo descobriu que uma e cada cinco pessoas são capazes de ouvir o que enxergam, atribuindo sons subliminares a pistas visuais silenciosas. Em outras palavras, elas experimentam sensações auditivas ao verem estímulos silenciosos. E o fenômeno parece ser muito mais comum do que antes se pensava, de acordo com informações da Science Alert.

 

Semelhante à sinestesia, o ato de “ouvir com os olhos” pode dar às pessoas uma vantagem de interpretar sinais visuais mais sutis, como sequências de código Morse. No entanto, ele também pode interferir na percepção de sinais reais.  A sinestesia, por sua vez, é uma condição em que as experiências sensoriais ficam enredadas, o que faz com que algumas pessoas, por exemplo, sejam capazes de sentir determinadas palavras ou associar números a certas cores.

 

O estudo foi feito por pesquisadores da City University e King’s College, de Londres, que descobriram que um fenômeno semelhante ao chamado “resposta auditiva evocada visualmente (V-EAR)” permite relacionar experiências visuais com sons. Dito isso, a equipe lançou um teste online com exemplos de estímulos visuais que poderia causar sensações auditivas. Os 40 participantes envolvidos na pesquisa receberam pares de sequências visuais ou auditivas em código Morse e depois tiveram de determinar se eram ou não semelhantes, de acordo com relatos do The Guardian.

O questionário proposto determinou que cerca de um em cada cinco participantes (22%) relatou ouvir sons fracos enquanto olhava para flashes silenciosos. Esses participantes ainda provaram ser melhores na distinção de sequências. No entanto, uma segunda experiência revelou que a V-EAR pode agir como um ruído de fundo em algumas situações. Os que se saíram melhor nas atividades envolvendo código Morse também eram mais distraídos pelos flashes de luzes durante as tarefas sonoras.

De acordo com os pesquisadores, “esse benefício pode surgir da capacidade de recodificar os sinais visuais como sons, aproveitando a acuidade temporal superior da audição”. Em apoio a isso, aqueles que mostraram melhor relação visual ao discriminar sequências sonoras também tiveram tinham uma detecção pior de som na presença de flashes não informativos, embora isso fosse independente da percepção de sons visualmente evocados. Assim, uma representação auditiva visualmente evocada pode ocorrer subliminarmente e interromper a detecção de sinais auditivos reais”, escreveram eles no estudo.

 

Enquanto que outras formas de sinestesia são relativamente raras, afetando algo entre 2-4% da população mundial, os pesquisadores afirmam que a V-EAR pode ser mais prevalente, tendo o potencial para ser um “precursor de ocorrência normal para a sinestesia visual-auditiva”.

 

Como tal resposta é, muitas vezes, sutil, algumas pessoas podem experimentá-las com frequência na vida cotidiana, mesmo sem saber.

[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Pixabay ]

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