Incrível: Homem tem ossos 150 vezes mais fortes que granito

de Gustavo Teixera 0

Tim é um homem que possui uma condição que faz com que seus ossos sejam 150% mais fortes que o granito.

Essa condição somente foi descoberta quando ele tinha dois anos de idade e sofreu de paralisia facial. “Meu pai conta que um dia eu entrei no carro sorrindo, mas só com metade do rosto. Eles pensaram que eu estava brincando”, contou Tim.

Mas, essa paralisia nunca mais desapareceu. O esqueleto humano é uma das partes do organismo que mais demoram para se desenvolver.

Com o passar do tempo, o corpo humano passa por um processo de ossificação, que basicamente é quando a cartilagem vira osso.

Segundo a médica Gabriel Weston, apresentadora da série de TV Incredible Medicine: Doctor Weston’s Casebookda rede britânica BBC, esse processo só se completa quando chegamos aos 25 anos de idade.

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Mas, em algumas ocasiões raras como a de Tim, esse processo acaba sendo realizado de maneira distorcida.

Após exames, os médicos descobriram que ele tinha uma condição rara chamada esclerosteose, que atinge somente cerca de 50 pessoas em todo o mundo. Essa doença raríssima colocou a vida de Tim em risco.

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Tim explicou à BBC que para tentar resolver esse problema, os médicos tiveram que cortar o crânio, tirar uma parte do osso, lixá-lo e colocá-lo novamente.

Apesar de tentar aliviar os sintomas desta condição, muitos médicos tentaram investigar por que os ossos de Tim cresciam mais do que o normal.

Cientistas que estudam a osteoporose também estudaram a fundo o caso peculiar de Tim, pois a esclerosteose é o processo contrário da osteoporose, que consiste na perda de densidade nossos ossos.

O médico e biólogo Alastair Henry pesquisou este caso e explicou que “a arquitetura, a estrutura tridimensional dos ossos é normal, mas muito mais densa”.

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Após examinar os genes responsáveis por controlar o crescimento dos ossos, foi descoberto um erro especificamente num gene chamado SOST, que estimula a produção da proteína esclerostina, responsável por “avisar” o osso quando ele deve parar de crescer, mas no corpo de Tim, ela não faz esse trabalho.

“Quando identificamos que a esclerostina é a proteína que controla a densidade do osso, o que queríamos fazer era neutralizar seu efeito. Se conseguirmos, estaríamos deixando de frear o processo de construção contínua de osso”, disse Henry.

Partindo desse pressuposto, a equipe de Henry trabalhou para encontrar um novo tratamento para a osteoporose.

Na hora de apresentar esse tratamento, os médicos receberam uma proposta única. O ônibus espacial Atlantis partiu em 2010 com quatro astronautas a bordo, sendo que eles poderiam perder cerca de 30% de sua densidade óssea durante a estadia no espaço, e a NASA gostaria de saber como parar essa perda de densidade óssea.

Portanto, decidiram colocar a bordo 12 ratos de laboratório, sendo, que metade deles recebeu o novo tratamento apresentado pela equipe de Henry.

Após 13 dias em órbita, a densidade óssea dos ratos que receberam o tratamento havia aumentado.

Atualmente, os cientistas estão tentando aplicar esse tratamento a seres humanos e Tim pode ter mais informações e respostas sobre a sua condição.

“É realmente incrível e para mim é uma notícia fantástica. Isso faz com que tudo que passamos, todas as operações, tudo que meus pais sofreram tenha valido a pena”, disse ele.

Fonte: BBC Fotos: Reprodução / BBC

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