Em ensaios clínicos, nova droga foi capaz de curar casos graves de psoríase

de Merelyn Cerqueira 0

A psoríase, que afeta cerca de 3% da população mundial, consiste em uma vermelhidão da pele, comumente localizada em torno dos joelhos e cotovelos.

É causada por um acúmulo anormal de células da pele. Conforme relatado pela Science Alert, sua gravidade varia de pessoa para pessoa.

Trata-se de uma condição crônica, para a qual não há cura. Isto, no entanto, está prestes a ser mudado, graças a uma nova droga desenvolvida por cientistas nos Estados Unidos.

A condição é causada por danos psicológicos e também pode estar associada ao aumento do risco de depressão, doenças cardíacas e diabetes.

A nova droga utilizada pelos cientistas, e aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, é chamada de ixekizumab e funciona através da neutralização de um caminho no sistema imunológico que é conhecido por promover a psoríase.

Após a realização de três ensaios clínicos de longo prazo, cerca de 70-80% dos pacientes com psoríase relataram completa, ou quase que completa, cura.

O resultado foi considerado pelos cientistas como “impressionante” em relação a uma doença tão “teimosa”.

Segundo o dermatologista e membro da equipe de estudos, Kenneth Gordon, da Northwestern University Feinberg School of Medicine, o grupo estudado não só mostrou níveis elevados e consistentes de eficácia, bem como a grande maioria manteve os resultados por pelo menos 60 semanas. 

O que faz da pesquisa tão promissora é o número de pessoas envolvidas: foram 3.736 pacientes adultos em mais de 100 locais de estudo, realizado entre 21 países. Todos os pacientes tinham níveis moderados e graves da doença, o que significa que, pelo menos, mais de 10% de seus corpos estavam cobertos pelas machas vermelhas.

Na 60ª semana, a presença da psoríase foi classificada como “clara” ou “mínima”, entre 76,4% para 81,8% dos participantes. Essa estatística é favorável quando comparada à do grupo de controle, medicado com placebo, de cerca de 3,2%.

Com base nas conclusões do estudo, publicadas no The New England Journal of Medicine, Gordon disse que poderia esperar que 80% dos pacientes tivessem uma “taxa de resposta extremamente alta” para o ixekizumab. Enquanto que, cerca de 40% poderiam ter sua doença completamente curada.

Contudo, existem alguns efeitos colaterais a serem considerados, incluindo níveis ligeiramente elevados de neutropenia (baixa contagem de células brancas no sangue), infecção por fungos e doenças inflamatórias intestinais.

Contudo, o monitoramento dos pacientes continuará para além de 60 semanas, para que haja uma melhor compreensão desses efeitos.

Fonte: Science Alert Foto: Reprodução / Flickr

Jornal Ciência