Conheça a mitológica ilha de Hy-Brasil; e a história é tão boa quanto a de Atlântida

de Otto Valverde 0

Quando falamos sobre lendas submarinas, Atlântida é o primeiro assunto que vem à mente, e obviamente o de maior interesse.

No entanto, o que pouca gente sabe – e deveria considerar saber – é sobre a ilha perdida de Hy-Brasil, que é tão intrigante quanto a lendária ilha que supostamente afundou no oceano.

De fato, Hy Brasil pode ser a razão pela qual nosso país recebeu esse nome – contrariando a visão de que seria pela árvore do Pau-Brasil. A imagem central de nossa bandeira, um círculo cortado ao centro, é o símbolo da ilha nos primeiros mapas.

Segundo conta o folclore irlandês, o nome Brasil vem de Breasal, “Grande Rei do Mundo” na mitologia Celta. No entanto, também pode estar relacionado a Bresal Echarlam mac Echach Baethlaim, das histórias de Lugus em Tara.

A misteriosa ilha foi descrita nos mapas por volta de 1325, quando o cartógrafo genovês Angelino Dalorto colocou-a a oeste da Irlanda. Em sucessivas cartas de navegação, ela aparece a sudoeste da Baía de Galway. Já em alguns mapas do século 15, as ilhas dos Açores aparecem como Isola de Brazil, ou Insulla de Brazil.

Após 1865, Hy Brasil passa a aparecer em apenas alguns mapas, uma vez que sua localização não pode ser verificada.

No entanto, independentemente do nome ou localização, a história da ilha é consistente, sendo o lar de uma civilização rica e altamente avançada. Os que afirmaram ter visitado a ilha retornaram com histórias de torres e cúpulas com telhado de ouro, gado saudável e cidadãos opulentos.

Segundo sugere a lenda, o desaparecimento da ilha é causado por uma forte neblina que a envolve ou pela maré do oceano, fazendo-o com que apareça apenas uma vez a cada sete anos.

Muitas pessoas afirmaram tê-la visitado nos últimos séculos. Os navegadores Saint Barrind e Saint Bredan, por exemplo, afirmaram ter encontrado a ilha em suas respectivas viagens, e curiosamente a descreveram de maneira quase idênticas. Eles chamaram a ilha de “Terra Prometida”.

Uma das viagens mais famosas para ilha, e que foi documentada, ocorreu em 1674, pelo capitão John Nisbet de Killybegs, Co. Donegal, da Irlanda.

Ele e sua tripulação estavam em águas familiares, a oeste da Irlanda, quando surgiu uma névoa. Então, quando o nevoeiro se dissipou, eles verificaram que o navio estava perigosamente perto de pedras. Enquanto se orientavam, o navio ancorou e quatro tripulantes descerem na ilha.

A capitão Nisbet e sua tripulação passaram o dia em Hy Brasil, retornando ao navio com muita prata e ouro, supostamente dado por um homem idoso que morava ali.

O último avistamento documentado de Hy-Brasil foi em 1872, quando o autor T. J. Westropp, junto a alguns companheiros, viram a ilha aparecer e desaparecer. Na terceira vez em que o autor conseguiu ver a ilha irlandesa, ele levava consigo sua mãe e alguns amigos para ajudar a comprovar sua existência.

Pesquisadores e arqueólogos há muito tem procurado nos locais mais prováveis ​​evidências de que a ilha existe ou existiu. Com exceção de algumas conchas de água rasa encontradas em Porcupine Bank, a noroeste da localização mais provável da ilha irlandesa, nada foi confirmado.

Ilhas próximas da Cornualha, na Inglaterra, e ilhas na Sicília, Itália, já foram apontadas como prováveis. Há evidências de que ilhotas que existiram nestas regiões por volta de 400-500 d.C. tenham inundado para formar ilhas ainda menores.

Também é sugerida a ação de outras forças geológicas em ação, derivadas da última era glacial, que envolveram o manto crescente da Terra ao redor da Escócia, e que pode estar derrubando e submergindo áreas de terra próximas.

Pesquisadores afirmaram que todo o sul da Inglaterra tem afundado constantemente em oposição à recuperação pós-glacial. Logo, há evidências de mudanças geológicas na massa terrestre nessa região do Oceano Atlântico. Tais mudanças poderiam ter levado ao desaparecimento da ilha.

Uma das características mais distintivas de Hy Brasil é sua aparição como um círculo perfeito nos mapas. Esse perímetro foi confirmado pelos navegadores que a visitaram, que caminharam pela costa para determinar onde terminava. Muito provavelmente, eles teriam andado em círculos

Fonte: History C Mysteries Fotos: Reprodução / History

Jornal Ciência