Conheça a história do ex-padre que tirou sua vida em clínica de suicídio após doença incurável

de Merelyn Cerqueira 0

John Shields, um ex-padre de 78 anos, morreu por suicídio assistido em Victoria, no Canadá, no dia 24 de março de 2017. Diagnosticado em 2015 com amiloidose, uma doença rara e incurável, ele aos poucos estava perdendo as funções dos membros e, eventualmente, o coração.

Embora fosse um sacerdote católico – considerando que a Igreja é contra a prática – ele decidiu encerrar a própria vida por meio da eutanásia. Antes de morrer, Shields permitiu que o jornal The New York Times registrasse seus últimos momentos de vida. Com informações do Daily Mail. 

O ex-padre afirmou não ter deixado que a posição da Igreja sobre a prática determinasse como morreria. Diagnosticado com amiloidose no outono de 2015, ele logo perderia a função dos membros de seu corpo e coração.

À medida que piorava, sentia-se abatido e impotente, até que no ano passado, descobriu que se qualificava para um programa de eutanásia oferecido no Canadá.

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Em seu vídeo para o NYT, ele disse que escolheu a eutanásia porque não queria perder sua dignidade e queria morrer por seus próprios termos. 

“Uma característica de vida importante para mim é a minha dignidade – e pouco trabalho para minha esposa e filha”, disse ele, acrescentando que não seria mais capaz de cuidar de si mesmo. “Eu considerei todas essas coisas dolorosas e humilhantes antes de decidir como gostaria de viver”.

Shields só foi diagnosticado com amiloidose após ter desmaiado enquanto dirigia, atingindo uma árvore no processo. Poucos meses após o acidente, os médicos identificaram, por meio de uma biópsia cardíaca, que a doença teria feito seu coração parar temporariamente, causando o apagão.

De característica hereditária, a amiloidose é causada por um acúmulo anormal da proteína amiloide, que eventualmente resulta na perda de envio de informações aos braços, pernas e coração.

Na noite antes de morrer, Shields fez uma grande vigília em seu quarto de hospital. Ele tomou alguns drinks, comeu comidas de seu restaurante favorito e passou últimos momentos com amigos e família.

Então, na manhã seguinte, recebeu as doses da injeção letal e foi levado para casa por sua esposa e pela enteada. O suicídio ocorreu com assistência da médica Stefanie Green. O método, que foi aprovado pelo Canadá em junho de 2016, exige que o paciente esteja em estado terminal para que possa ser qualificado.

A lei, redigida no ano passado após o Supremo Tribunal do país ter anulado a proibição, deve em breve receber a aprovação formal do governador-geral David Johnston.

Ela é limitada aos residentes do Canadá que se qualificam para os serviços de saúde financiados pelo governo, o que basicamente impede que as pessoas atravessem a fronteira apenas para conseguirem suicídios assistidos.

Atualmente, o método é considerado legal em países como a Suíça, Holanda, Albânia, Colômbia, Japão e algumas regiões dos EUA, como Washington, Vermont, Califórnia, Oregon, Novo México e Montana.

FonteDaily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail

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