Especialista sugere que médicos deveriam poder ajudar pacientes com doenças terminais a morrer

de Merelyn Cerqueira 0

Uma das mais influentes clínicas gerais do Reino Unido – os chamados general practitioners (GP) – Dr.ª Clare Gerada, recentemente, declarou ser a favor do suicídio assistido, um assunto que ainda gera muito debate nesses países.

Ela afirmou que gostaria que essa se tornasse uma opção para os médicos, a fim de ajudar seus pacientes terminais a encerrar suas vidas “cercados das pessoas que amam”.

Em países como Canadá, Holanda e alguns estados dos EUA, a morte assistida é legalizada. Entretanto, no Reino Unido esse assunto ainda é considerado tabu. Assim, representantes da Associação Médica Britânica votaram contra a prática, mas, pela primeira vez em uma década, adotaram uma posição neutra sobre o assunto.

Mais de um terço dos 320 médicos presentes em uma conferência anual realizada em Belfast, no Reino Unido, apoiaram o movimento – um claro sinal ao aumento do crescente apoio à prática controversa.

A ex-presidente do Royal College of GPs, e agora membro do BMA’s Concils, uma comissão dos mais importantes médicos, ela faz parte de um número crescente de profissionais altamente influentes que sugerem uma mudança na lei.

Entretanto, ativistas temem que essa mudança leve a uma maior pressão aos idosos e outros pacientes terminais, que acreditam que suas vidas sejam um fardo.

Dirigindo-se aos médicos da conferência, a médica falou abertamente sobre como havia assistido seu próprio pai lutar contra uma doença terminal, e como não desejaria que esse “calvário” fosse experimentado por ninguém.

“Ao não discutirmos esta questão, estamos virando as costas para os nossos pacientes agora e no futuro”, disse.

“Graças à medicina moderna, esta questão não precisa ir muito longe. É nosso dever como médicos estarmos em posição de contribuir para esta discussão e continuar a discuti-la ano após sano”.

Nos países em que são permitidas, as mortes assistidas são feitas por meio de analgésicos potentes, prescritos por médicos. Os pacientes ministram em si mesmos as drogas, sob a fiscalização de seus familiares. Elas são destinadas a garantir uma morte dentro de meia hora, no entanto, há relatos de casos que duraram três dias.

Segundo Sir Richard Thompson, ex-presidente do Royal College of Physicians e médico particular da Rainha Elizabeth há 21 anos, ajudar a morrer deveria ser parte do trabalho.

“Nós, como médicos, estamos lá para ajudar as pessoas no que for necessário”, disse. “Todos ficam obcecados com a ideia de que nada pode ser feito para encurtar a vida de certos pacientes, mas eu acho que é trabalho de um médico fazer com que eles se sintam confortáveis em passar para uma próxima vida”.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Jornal Ciência

Jornal Ciência