Comer carne podre pode causar problemas fatais para a saúde em caso de imunidade baixa

de Merelyn Cerqueira 0

À luz do recente escândalo envolvendo gigantes produtoras de alimentos do Brasil, que basicamente falava sobre o comércio de carne podre e adulterada com químicos, bem como a produção de derivados com aditivos usados para enganar o consumidor, o brasileiro ficou preocupado com a procedência da comida que chega à sua mesa.

Reconhecer carne podre não é algo muito difícil, a julgar pela aparência e odor. Uma peça de cor acinzentada e textura viscosa já é considerada imprópria para o consumo. O problema, no entanto, é quando a carne é maquiada. Ou seja, teve sua aparência e odor mascarados pela presença de aditivos como nitritos, nitratos e ácido ascórbico (vitamina C), o que faz com que as pessoas a consumam em grandes quantidades.

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Alguns desses aditivos de fato são de uso legalizado, especialmente em carnes conservadas, como salame, salsicha e presunto, por exemplo. No entanto, se a carne utilizada para fabricação destes estava podre, nenhum dos químicos evitarão que o alimento não faça mal à saúde e o consumidor dependerá apenas da idoneidade do frigorífico para evitá-la – o que pode ser muito difícil. Por outro lado, a carne in natura, que compramos em peças, bifes ou moída, em teoria, não deveria receber qualquer tipo de aditivo.

Qual o problema de comer carnes adulteradas?

Essa é justamente a pergunta que milhões de consumidores brasileiros devem ter feito nestes últimos dias. A boa notícia, no entanto, é que nosso sistema imunológico é capaz de combater o problema, mas apenas em pequenas porções e a curto prazo.

Por essa razão é que até o momento não foram relatados casos de doenças gastrointestinais envolvendo o consumo das carnes adulteradas. De outra forma, estaríamos vivendo uma epidemia de intoxicação alimentar ou bacteriana, com sintomas que incluem cólicas intestinais, diarreia, vômito, febre e dor de cabeça.

De acordo com o gastroenterologista Marcos Marcondes, em entrevista para o jornal O Dia, do RJ, a ingestão de carne estragada pode ser fatal para pessoas com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e que tenham imunidade baixa. Ainda, no caso de gestantes, dependendo do grau de intoxicação, até o bebê pode ser afetado. E para o caso de crianças e idosos, a atenção deve ser redobrada.

Uma das bactérias que pode ser adquiria pelo consumo desse tipo de carne é o Bacillus cereus, que possui um período de incubação que varia entre 8 e 16 horas. Ele é capaz de causar sintomas como dores abdominais intensas, náuseas e vômito.

Outras bactérias presentes são as velhas conhecidas Staphylococcus aureus e Salmonella sp., responsáveis por uma gama de doenças. Os períodos de incubação são, respectivamente, de 1 a 8 horas e 6 a 72 horas, com sintomas semelhantes aos do bacilo citado anteriormente.

Fonte: Diário de Biologia Fotos: Reprodução / Diário de Biologia

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