Cientistas desenvolvem “músculos de nylon” que poderiam deixar robôs mais realistas

de Merelyn Cerqueira 0

Cientistas do MIT desenvolveram um novo tipo de fibra muscular artificial de nylon que poderia, um dia, tornar os robôs mais realistas.

Ao contrário dos músculos sintéticos anteriores, a nova tecnologia é mais barata e simples de ser produzida, o que faz dela uma opção melhor para que os futuros androides sejam capazes de flexionar e mover o corpo como fazemos, de acordo com informações da Science Alert.

Basicamente, para fazer o sistema funcionar, a linha de nylon é comprimida de forma que a seção transversal assuma uma forma retangular ou quadrada, ao invés de circular. Então, a partir da aplicação de calor, por meio de uma combinação de aquecimento de resistência elétrica, reações químicas e feixes de laser, os pesquisadores foram capazes de fazer com que o fio se movesse lateralmente, em um movimento circular infinito.

A flexão é causada pela tendência natural do nylon – com as fibras correndo sempre em uma mesma direção – a encolher em comprimento, mas expandir em diâmetro conforme calor é aplicado. Os pesquisadores descobriram que, se em um lado a fibra é aquecida, ela começa a se contrair mais rápido do que o calor pode penetrar o outro lado, criando um movimento de flexão.

Com base nos testes iniciais, os novos músculos de fibra de nylon podem ser usados para 17 ciclos de dobra e retração por segundo, e pelo menos 100.000 ciclos de flexões totais, o que significa que um robô, no futuro, poderá ter intensa longevidade.

De acordo com o engenheiro Geoffrey Spinks, da Universidade de Wollongong, na Austrália, que não esteve envolvido no estudo, a ideia é simples e funciona muito bem. “Os materiais são baratos e o método de fabricação é simples e versátil”, disse. “O método de atuação é por uma simples entrada elétrica enquanto o desempenho de flexão é impressionante em termos de ângulo, força e velocidade”.

As aplicações para essa tecnologia vão muito além da robótica, incluindo a produção de materiais musculares mais flexíveis para montagem de dispositivos biomédicos. Outros usos potenciais seriam em painéis exteriores de veículos – ajudando os carros a se adaptarem a formas mais aerodinâmicas – ou em roupas: as fibras poderiam se expandir ou contrair, resultando em peças mais ajustadas à forma de cada corpo.

A pesquisa em questão foi publicada pela Advanced Materials.

[ Science Alert ] [ Foto: Reprodução / HBO ]

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