Brasileira com grave hidrocefalia, que médicos disseram que viveria apenas 3 meses, completa 29 anos; veja a luta de sua mãe

Adalgisa Soares Alves, de 48 anos, é uma guerreira do Maranhão que, por amor, venceu todas as expectativas e segue na luta diária por sua filha

de Redação Jornal Ciência 0

“Vou amá-la até o último dia de sua vida”. A frase impactante foi dita pela mãe, dona Adalgisa Soares Alves, de acordo com reportagem publicada pelos jornais internacionais New York Post e Daily Mail.

Graziely Alves Régis, sua filha, possui grave hidrocefalia — quando o líquido cerebral se acumula e aumenta drasticamente as cavidades do órgão, causando pressão e aumento do diâmetro do crânio — explicação dada pela Mayo Clinic, centro de estudo, nos EUA, que possui 4.700 médicos e cientistas.

Este líquido cerebral chama-se cefalorraquidiano e existem 4 ventrículos no cérebro que o acumulam, em locais muito profundos, contribuindo para exercer pressão e dilatação. O resultado é o tamanho incomum da cabeça, que chama a atenção e gera preconceito por parte de alguns.

“O líquido cefalorraquidiano normalmente flui pelos ventrículos e banha o cérebro e a coluna vertebral. Mas a pressão de muito líquido cefalorraquidiano associada à hidrocefalia pode danificar os tecidos cerebrais e causar uma série de problemas de função cerebral”, disseram os especialistas da Mayo Clinic.

De acordo ainda com as reportagens, dona Adalgisa afirma que a filha é constantemente ridicularizada por sua condição. Ela conta que percebeu que algo estava errado ainda durante a gravidez.

Segundo ela, sentia fortes dores abdominais. O desconforto atingiu um nível tão intenso que, aos 8 meses de gestação, sentia muita dificuldade em sair da cama. 

Ao realizar um ultrassom, ficou constatado que sua filha possuía a cabeça extraordinariamente grande para os padrões estabelecidos de desenvolvimento saudável, caracterizando hidrocefalia congênita.

Hoje, aos 29 anos de idade, Graziely contrariou todas as probabilidades e estimativas médicas que afirmavam que viveria no máximo 3 meses devido ao massivo acúmulo de líquido. Apesar de sua cabeça continuar a crescer, o que gerou sequelas, ela está viva, graças aos cuidados de sua mãe.

Apesar do amor, as lutas diárias são duras e complexas. Mesmo após passar por várias cirurgias, a cabeça continuou crescendo de forma vertiginosa, impedindo Graziely de andar, falar e, mais recentemente, de enxergar.

Dona Adalgisa precisa cuidar de Graziely em tempo integral, sendo responsável pela alimentação, banho e demais cuidados diários que a filha necessita. Mas, a luta não é somente física. A mãe tem que lidar com comentários maldosos de pessoas insensíveis.

“Não acho cruel quando chamam de ‘bebê grande’ porque ‘bebê’ é uma palavra carinhosa, mas quando chamam ela de ‘cabeçuda’ fico triste porque isso é somente crueldade”, disse.

Adalgisa comentou ainda que não permite que esses comentários maldosos derrubem suas forças: “O importante é que eu e toda a nossa família e amigos amamos Graziely do jeito que ela é. Sou dedicada à Graziely e fico feliz em vê-la bem cuidada, por mim e por toda a nossa família. Fico feliz em cuidar dela e é gratificante quando vejo seu sorriso”, disse.

“Eu sempre espero que ela viva por muitos anos. Ela transmite energia positiva e sinto uma paz que transborda quando alguém a visita. Vou sempre dar o melhor para ela porque ela nasceu do meu ventre, foi muito amada e desejada dentro do meu ventre e vou amá-la até o último dia de sua vida”, comentou a mãe em entrevista ao Daily Mail.

Para aumentara o nível de conscientização das pessoas sobre a condição de saúde de Graziely, dona Adalgisa mantém uma página no Instagram com quase 10.000 seguidores, onde todos podem acompanhar a rotina da família, dificuldades enfrentadas e saber de sua história e ajudar com doações.

“Todos os dias eu cuido dela, dou banho e alimento com todo o meu amor. Sou dedicado à Graziely e fico feliz em vê-la bem cuidada, por mim e por toda a nossa família. Eu não trabalho, apenas cuido dela — fico feliz em cuidar dela e é gratificante quando vejo seu sorriso. Nunca perco a esperança porque sou uma mulher de muita fé e sempre coloco Deus acima de tudo — rezo muito todos os dias”, disse dona Adalgisa ao Daily Mail, expressando seu mais profundo amor pela filha.

Atualmente, a família sobrevive apenas com o BPC (Benefício de Prestação Continuada) — uma renda de 1 salário mínimo a idosos acima de 65 anos ou à pessoa com deficiência — e não sofre aumento de valor, independente da situação do perfil do beneficiário.

Segundo o New York Post, a família gasta parte do benefício no custeio de fraldas, que chegam a custar mais de R$ 2.000 por mês. Por isso, as doações são de extrema importância para a saúde e manutenção de necessidades básicas de Graziely. Conheça o perfil da família no Instagram, clicando aqui, e saiba mais sobre a história e os desafios diários.

Fonte(s): Daily Mail / New York Post Imagem de Capa: Reprodução / Instagram @adalgisasoaresalves Foto(s): Reprodução / Instagram @adalgisasoaresalves via New York Post

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