Cientistas transformaram folhas de espinafre em tecido cardíaco humano

de Merelyn Cerqueira 0

Até o momento, tem sido recriar pequenas redes de vasos sanguíneos humanos por meio de técnicas como a impressão 3D, por exemplo.

No entanto pesquisadores do Instituto Politécnico de Worcester, em Massachusetts (EUA), podem ter encontrado uma solução para esse problema por meio de folhas de espinafre.

Estas foram transformadas de forma eficaz em tecido cardíaco e a técnica poderia ser usada para formar camadas de músculos saudáveis para o coração, a fim de tratar pacientes que sofreram infartos, de acordo com o Daily Mail.

Os cientistas, até o momento, haviam tentado usar apenas a impressão 3D para recriar redes de vasos sanguíneos, consideradas delicadas e extremamente intrincadas. No entanto, a técnica não obteve o êxito necessário.

espinafre-tecido-cardiaco

espinafre-tecido-cardiaco_01

A folha de espinafre, por outro lado, mostrou ser capaz de entregar sangue por meio de seu sistema vascular.

Embora as plantas e animais transportem líquidos pelo corpo de maneira diferente, as redes de capilares que utilizam são bastante semelhantes. Logo, por meio desta técnica, os cientistas conseguiram deixar as folhas para um tamanho suficiente e útil para tratar lesões.

espinafre-tecido-cardiaco_1

espinafre-tecido-cardiaco_2

Para a experiência, em que criaram um coração artificial, os cientistas retiraram as células das folhas de espinafre e enviaram fluídos e microesferas semelhantes às células sanguíneas humanas por meio dos vasos do vegetal. Então, “semearam” as células humanas que seriam usadas para alinhar os vasos sanguíneos dentro dele. 

Embora ainda em fase inicial, os resultados do estudo que serão publicados em maio pela revista Biomaterials, sinalizam que a técnica poderia ser útil para as vítimas de ataques cardíacos, uma vez que, por meio das folhas, novas camadas saudáveis de músculo cardíaco poderiam ser criadas.

espinafre-tecido-cardiaco_04

espinafre-tecido-cardiaco_3

“O desenvolvimento de plantas como estas abre o potencial para um novo ramo da ciência que investiga as semelhanças entre planta e animal”, escreveram eles. De acordo com Glenn Gaudette, professor de engenharia biomédica no instituto, ainda há muito trabalho a ser feito, embora os resultados iniciais sem mostrem promissores. 

“Adaptar plantas abundantes que os agricultores têm cultivado há milhares de anos para o uso em engenharia de tecidos poderia resolver uma série de problemas que ainda são limitados por esse ramo da Ciência”, disse ele.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail

Jornal Ciência