Todos os olhos são castanhos, mesmo que aparentem ser azuis ou verdes

de Merelyn Cerqueira 0

De acordo com um artigo publicado pela CNN, independentemente de você ter olhos verdes, azuis ou cor de mel, o fato é que todos eles são tons diferentes de uma única cor: o castanho.

Tudo se resume a presença de um pigmento, chamado melanina, feito por células de melanócitos, encontrado na pele, cabelo e dentro da íris do olho (parte colorida que rodeia a pupila).

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A questão, segundo o artigo é que, até certo ponto, todos os olhos são castanhos, uma vez que todos possuem melanina. A diferença, no entanto, é a quantidade dela, que determinará a cor dos olhos. Logo, quanto mais pigmento, mais a luz mais visível é absorvida, o que significa que a íris permanecerá mais escura. Por outro lado, com menos melanina, menos comprimentos de ondas de luz são absorvidos, resultando na exposição de cores mais claras.

Composições diferentes de luz também podem fazer com que alguns olhos aparentem mudar de cor dependendo da posição de uma pessoa. Ainda, há de se considerar que muitos bebês nascem com os olhos azuis porque ainda não desenvolveram toda a melanina da íris. De acordo com optometrista Dr. Gary Heiting, do site All About Vision, esta parte do olho possui uma estrutura muito complexa, e para alguns indivíduos, pode agir como uma verdadeira impressão digital, devido à existência de várias texturas e padrões. À medida que o bebê cresce, e mais ou menos melanina se acumula na íris, a cor do olho fica mais ou menos escura.

Uma questão de perspectiva?

Em contrapartida ao artigo da CNN, a Science Alert sugere que toda a questão envolve o que exatamente definimos como “cor”. De acordo com a página, enquanto a afirmação pode ser justa, pode parecer um pouco pedante afirmar que todos os olhos são castanhos. Isso porque, um mecanismo semelhante de manipulação de cor é usado nas plumagens de muitas aves, que mudam a cor da aparência por meio da alteração de nanoestruturas presentes nas penas.

Ao alterar o tamanho desses furos quase invisíveis, diferentes comprimentos de ondas de luz são espalhados. Enquanto buracos menores produzem efeitos mais azuis, os maiores dispersam ondas que parecer ser mais vermelhas. Dessa forma, sugere-se que, do mesmo modo que não é certo se referir a uma ave dessas como “aparentemente azul”, também não é sensato dizer que uma pessoa possui olhos “aparentemente verdes, mas que na verdade são castanhos escuro”.

Então, embora seja verdade que as írises são castanhas escuras, não nos preocuparíamos muito em declarar que todos os olhos são variações dela”, eles escreveram.

A evolução como fator

Segundo teorias, assim como a cor da pele, a cor dos olhos também pode estar relacionada com nossos antepassados que viveram nas partes mais frias do mundo: enquanto os altos níveis de melanina (nos olhos, cabelo e pele) ajudam a proteger as pessoas que vivem em climas mais quentes – como a África – da radiação UV, a necessidade do pigmento diminui à medida que as pessoas se deslocam para regiões mais frias. Logo, de acordo com Heiting, a necessidade da melanina nestes locais pareceu ser menor.

Por outro lado, uma teoria criada por Hans Eiberg, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, aponta que a uma mutação genética desligou a capacidade do olho de uma pessoa a produzir melanina, e isso levou à incidência de olhos mais claros. Ainda, de acordo com ele, por questão de raridade, estas pessoas se tornaram mais atraentes e mais favorecidas em relação à seleção natural.

[ IFL Science ] [ Fotos: Reprodução / Pixabay / Pixabay ]

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