Gênese de Alexandria: é verdade que existiram pessoas com a íris na cor roxa?

de Merelyn Cerqueira 0

De acordo com informações do portal New Health Guide, tem-se discutido bastante a existência de uma possível condição chamada Gênese de Alexandria.

Neste caso, uma mutação genética faria com que algumas pessoas tivessem a íris de seus olhos na cor roxa. Ao que tudo indica, tal condição pode ser resultado de uma lenda urbana, já que a comunidade científica parece não ter conhecimento de tal desordem ou de pessoas que a possuam.

Porém, há quem diga que a condição poderia ter existido no passado, o que causa ainda mais confusão entre os interessados pelo assunto.

A Gênese de Alexandria é considerada uma mutação genética teórica que faria com que os olhos passassem da tonalidade cinza, para azul e depois púrpura, em um período de seis meses após o nascimento. É dito que, após a puberdade, a cor seria intensificada para uma tonalidade violeta, o que não afetaria a capacidade visual da pessoa.

Há quem acredite que aqueles que possuem tal mutação nunca desenvolvam pelos pubianos, ou faciais – apenas na cabeça, olhos, sobrancelhas, cílios e nariz. Além disso, se o portador for uma mulher, ela seria capaz de ter filhos, mas não de menstruar.

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Outras fontes sugerem que a condição cause uma variedade de sintomas, incluindo pele extremamente branca e cintilante, imune a queimaduras solares ou bronzeamento.

Ainda neste caso, as mulheres portadoras costumam nascer com cabelos escuros. Além disso, estima-se que possam viver até 130 ou 150 anos e que o peso corporal fique entre os 50 quilos. Elas raramente ficam doentes e é dito que afeta frequentemente caucasianos.

Uma outra lenda conta que o primeiro relato da “doença” foi observado em 1329, na Inglaterra, quando uma menina chamada Alexandria nasceu com a condição. Ela então teria gerado quatro filhos que também possuíam os olhos roxos e viveram por mais de 100 anos. Ainda se sugere que uma variante genética dessa mutação tenha sido descoberta muito mais tarde, em 1960.

É até possível que tenha existido uma variação genética que cause tais expressões na cor dos olhos, mas não há evidências suficientes que comprovem que essa condição específica exista hoje.

Os traços da Gênese de Alexandria parecem ser muito generalizados para fazer parte de uma única mutação genética, o que significa que ela teria de ser resultado de uma série de mutações. Além disso, algumas das características são fisiologicamente impossíveis.

Por exemplo, diz-se que a pessoa com a condição é saudável e possui pele branca e cintilante, no entanto, a única maneira de proteger a pele é pela presença da melanina, que por sua vez é responsável por escurecê-la. Além disso, é dito que um portador pode viver por mais de 130 anos, mas há relatos oficiais de que a pessoa que viveu por mais tempo no passado não chegou a esta marca.

Logo, podemos concluir que pela falta de relatos e estudos científicos, a condição só pode ter sido inventada, pois, se fosse real, era bem provável que geneticistas soubessem a respeito e defenderiam sua existência, o que não é o caso.

Fonte: New Health Guide /  Foto: Reprodução / Diário de Biologia

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