Técnica polêmica: mulheres estão fazendo “raspagem vaginal” para remover “vestígios” de ex

de Otto Valverde 0

Os aspectos psicológicos que envolvem o término de um relacionamento, especialmente os de maior duração, como o casamento, são muito complexos e podem ser traumáticos e assustadores para a maioria das pessoas.

A psicologia consegue explicar muito bem os motivos que leva alguém odiar um parceiro que tanto amou quando a relação acaba, já que a fronteira entre o amar e o odiar é muito tênue.

Uma “nova febre” está circulando nas redes sociais e assustando muitos internautas: a raspagem vaginal. Mas, onde tudo isso começou?

Aparentemente, a técnica ganhou visibilidade depois que a cantora internacional Mel B, de 43 anos, do grupo britânico Spice Girls, declarou em um dos maiores jornais britânicos, o The Guardian, ter feito o procedimento depois que se separou do marido em um divórcio conturbado com Stephen Belafonte.

“Eles rasparam o interior da minha vagina e colocaram novos tecidos. É quase como uma vítima de estupro faria.Essencialmente, você quer se limpar”, disse a cantora que realizou o procedimento com o Dr. David Matlock, conhecido por cirurgias plásticas e cosméticas em programas de TV de Hollywood transmitidos em todo o mundo.

Apesar do “modismo”, muitos ginecologistas estão preocupados porque o procedimento de raspagem pode deixar a mulher vulnerável a contrair uma série de infecções.

Em entrevista ao portal Refinery29, Jen Gunter que é ginecologista, obstetra e também autora de livros, comentou: “Qualquer raspagem do tecido vaginal pode afetar o sistema bacteriano e, teoricamente, disseminar o HPV no organismo. Além disso, também pode aumentar a vulnerabilidade da mulher à infecção”, disse.

Na prática, o que ocorre é que a “raspagem vaginal” pode gerar uma série de microlesões que permitiriam que o HPV (sabe-se que mais de 50% da população mundial está contaminada com HPV – Vírus do Papiloma Humano –, onde existem mais de 150 tipos deste vírus, sendo alguns tipos os principais causadores de câncer do colo do útero) possa sair da região vaginal e entrar na corrente sanguínea, gerando uma série de consequências potencialmente graves.

Psicólogos alertam sobre a sensação de “repulsa” ou ódio que ocorre ao término de um relacionamento e é normal sentimentos ruins durante a fase de “luto”.

Mas, se esta aversão persistir, é necessário procurar um especialista para avaliação e posterior terapia para compreender melhor os aspectos emocionais envolvidos nas relações humanas e na quebra destas relações

Fonte: The Guardian / Refinery29 Foto de Capa: Reprodução / Inelite

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