Proibição de alimentos transgênicos tornaria mudanças climáticas ainda piores, diz estudo

de Gustavo Teixera 0

As pessoas têm muitas preocupações sobre os monopólios que se formaram em torno da cultura de alimentos transgênicos.

No entanto a ciência por trás da tecnologia é clara: é segura e, cada vez mais, benéfica para a humanidade em comparação à cultura de alimentos comuns. Em vários estudos realizados, nunca encontrou-se malefícios ou provas concretas de problemas que estes alimentos modificados poderiam trazer aos humanos.

E um novo estudo publicado no Journal of Environmental Protection sugere que a redução no uso de alimentos transgênicos poderia até mesmo agravar as alterações climáticas.

Utilizando um modelo para calcular o valor econômico e ambiental de culturas de alimentos transgênicos, uma equipe de economistas agrícolas da Universidade Purdue, Indiana, nos Estados Unidos, descobriu que a substituição das variedades mais comuns – milho, soja e algodão – por suas contrapartes convencionais teve um efeito extremamente negativo. Os custos dos alimentos aumentariam entre 0,27% e 2,2%, dependendo da região.

No entanto, a mudança para culturas convencionais exigiria enormes processos de conversão de terras. As culturas transgênicas exigem muito menos terra, portanto, se a agricultura regredisse dessa maneira, seria necessário remover muitas florestas para criar mais terras de cultivo.

Em geral, quando aplicada globalmente, essa mudança somaria o equivalente a cerca de 0,9 bilhão de toneladas métricas – quase um bilhão de toneladas – de dióxido de carbono na atmosfera. Este é aproximadamente o equivalente da produção anual de dióxido de carbono do Japão, ou cerca de duas vezes a do Canadá.

Por outro lado, se os países que já utilizam transgênicos dobrarem sua utilização para coincidir com a taxa atual dos EUA, as emissões de carbono global iriam cair em 0,18 bilhão de toneladas métricas, cerca de 0,2 bilhão de toneladas, uma quantidade nada insignificante.

Alguns dos mesmos grupos que querem reduzir as emissões de gases de efeito estufa também querem proibir os alimentos transgênicos. Mas você não pode ter ambos”, disse Wally Tyner, professora de economia agrícola da Universidade de Purdue, Indiana, em um comunicado. “Plantar alimentos transgênicos é uma maneira eficaz da agricultura reduzir sua pegada de carbono”, concluiu Tyner.

Os alimentos geneticamente modificados foram concebido para fornecer nutrição adicional ou rendimentos superiores, também tem sido considerado desenvolver estirpes resistentes ao estresse causado pelo calor provocado pelas alterações climáticas. As culturas de alimentos transgênicos resistentes às mudanças climáticas seriam um enorme avanço para a sociedade, e com estudos como esse, torna-se cada vez mais difícil se opor a eles.

[ IFLS ] [ Foto: Reprodução / Free Stock Photos ]

Jornal Ciência