Pais submetem filha a tratamento para que ela seja criança para sempre

de Gustavo Teixera 0

Quando Charley Hooper nasceu em 2005, teve uma parada respiratória que danificou gravemente se cérebro.

Ela nunca pode andar, enxergar ou falar e atualmente tem o desenvolvimento cerebral idêntico ao de um bebê. Seus pais nunca a abandonaram e decidiram tomar uma atitude inusitada.

Quando Charley tinha 2 anos, eles descobriram um tratamento à base de um hormônio que inibe o crescimento e a mantém como criança para sempre.

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Eles foram bastante criticados por esse tipo de tratamento, com o argumento que eles estavam pensando somente na vida deles e não na da menina. 

A família teve que sair da Nova Zelândia, país onde viviam, devido à oposição a esse tratamento por parte do governo e foram morar da Coreia do Sul, onde acharam um médico disposto a fazer o tratamento hormonal.

Este tratamento consiste na aplicação de emplastros com estrogênio na pele. Poucos dias depois, os pais disseram que a diferença já era nítida, os ataques epiléticos já haviam diminuído e os membros da jovem ficaram mais flexíveis. 

Foi possível também alcançar um crescimento desejável e controlável de Charley, devido ao fato do tratamento estabilizar os hormônios sexuais, o que consequentemente impede o crescimento.

Apesar de trazer alguns benefícios, essa medida foi bastante criticada. Amanda Mortensen da ONG britânica Scope, que trabalha com pessoas com deficiência, disse que tem uma filha de 15 anos com a mesma condição, mas que não teria coragem de fazer isso: “É minha opinião pessoal e não julgo ninguém. Mas quando ouvi sobre isso, fiquei aterrorizada. A menina é um indivíduo, tem direitos como pessoa. Mudar o rumo de seu crescimento é algo que eu nunca consideraria.”

Mas, a mãe de Charley pensa de outra maneira: “Não fiz isso porque era mais fácil, obviamente. Sei que é algo que não me faz ganhar amigos, mas não é para isso que estou aqui.

De todo mundo que me diz que eu ‘deveria fazer isso ou não fazer’, ninguém vem aqui domingo à noite me ajudar a cuidar dela. Ela tem 25 quilos e terá esse peso pelo resto da vida. Tenho zero culpa, nenhum arrependimento mesmo, no que diz respeito ao tratamento. Impedir seu crescimento foi um ato de amor”.

Fonte: Diário de BiologiaBBC / Daily Mail Fotos: Reprodução / Diário de Biologia

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