Paciente teve pneumonia com danos irreversíveis após tomar paracetamol por 25 anos

Este é considerado um efeito colateral extremamente raro do medicamento, registrado poucas vezes ao redor do mundo

de Redação Jornal Ciência 0

De acordo com publicação da revista médica Journal of Medical Case Reports, um paciente de 77 anos, do Japão, quase morreu após desenvolver infecção pulmonar por excesso de paracetamol.

Usado como analgésico, aliviando sintomas gripais e diversas outras patologias que geram dor e febre, o paracetamol é um medicamento que deve ser usado com cautela porque pode causar “vício” em algumas pessoas mais sensíveis.

Neste caso, o paciente assumiu que tomou paracetamol por 25 anos seguidos para “esvaziar a cabeça” e aliviar sintomas emocionais.

Apesar de parecer “estranho”, estudos anteriores já mostraram que o analgésico pode ajudar em casos de dores emocionais, como por exemplo na Síndrome do Coração Partido, embora não seja clinicamente indicado o uso para esta finalidade.

O caso do paciente, apesar de ter sido publicado somente agora, teve início em julho de 2011, onde deu entrada no hospital com tosse seca e cansaço acentuado, sintomas que persistiam há 5 dias.

Os médicos o diagnosticaram com pneumonia e recomendaram o uso de antibióticos. Os sintomas sumiram rapidamente após o início do tratamento, ficando curado.

Mas, em janeiro de 2012, após contrair uma gripe, o paciente voltou ao hospital, mas desta vez informou que tomava paracetamol há 25 anos, e não somente quando estava com alguma doença física.

Após 1 mês com forte tosse, os médicos o diagnosticaram novamente com pneumonia, mas desta vez induzida pelo excesso e contínuo uso de paracetamol, e não por nenhum tipo de vírus, bactéria ou fungo.

Um novo tratamento foi iniciado com resultados satisfatórios, mas o paciente sofreu alterações crônicas irreversíveis e não conseguiu recuperar completamente sua capacidade pulmonar.

Os médicos da pesquisa disseram que, apesar de ter poucos efeitos colaterais quando usado corretamente, o analgésico pode ter efeitos “viciantes” em alguns pacientes e, em casos raros, induzir doenças pulmonares.

A publicação científica mostrou que este efeito colateral é tão raro que só ocorreu apenas 20 vezes em todo o planeta, de acordo com os registros clínicos oficiais.

Fonte(s): Journal of Medical Case Reports / Times Now Imagem de Capa: Reprodução / MDSaúde

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