A ameba da espécie Naegleria fowleri, um protozoário muito famoso por sua aparência de “grito” ou “boca” quando visualizado no microscópio eletrônico, fez mais uma vítima.
Também chamada de “ameba comedora de cérebros”, ela atingiu um homem na Flórida, nos EUA, que tinha o hábito de lavar o nariz com água da torneira, o que gerou uma infecção, em fevereiro deste ano.
Na última quinta-feira (02/03), as autoridades sanitárias da Flórida confirmaram a morte do paciente pela infecção com a ameba, e suspeitam que a contaminação ocorreu pelo hábito da lavagem sinusal com água da torneira.
A informação foi divulgada à imprensa pelo Departamento de Saúde do condado da Flórida, ressaltando que a infecção “só pode acontecer quando a água contaminada com amebas entra no corpo pelo nariz”.
Geralmente, quando a Naegleria fowleri é ingerida, acaba morrendo pelo ácido clorídrico do estômago, mas se houver entrada de água com a ameba pelo nariz, pode atingir o cérebro e ser fatal.
Ela é encontrada em diversos ambientes: solo, rios, lagos e fontes termais. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, informou que 3 pessoas são infectadas com a “ameba comedora de cérebros” anualmente, resultando quase sempre em morte.
A taxa de mortalidade é tão alta que foram contaminadas 154 pessoas entre os anos de 1962 e 2021 nos EUA; apenas 4 sobreviveram.
A Naegleria fowleri é um organismo unicelular que não precisa, necessariamente, de um hospedeiro para sobreviver, possuindo vida livre.
Em todo o mundo, foram documentados oficialmente apenas 200 casos (incluindo os 154 dos EUA) com apenas alguns registros na América do Sul.
De acordo com dados oficiais, apesar do Brasil ter registrado 5 infecções deste tipo, com espécies de amebas de vida livre, apenas um único caso foi confirmado sendo provocado pela Naegleria fowleri.
Os sintomas são bastante fortes: febre, dores de cabeça, náuseas, pescoço rígido, convulsões, alucinações e outras manifestações psiquiátricas e, finalmente, o coma.
A tentativa de tratamento ocorre com o antifúngico fluconazol, o antibiótico azitromicina, a miltefosina (contra protozoários, incluindo amebas de vida livre e a Leishmaniose) e dexametasona (corticoide), mas o ataque farmacológico não surte os efeitos desejados e a “ameba comedora de cérebros” quase sempre, vence.
Fonte(s): NBC News / USNews Imagens: Reprodução / Drs. D.T. John & T.B. Cole via Reddit e The Week