A história de 101 anos da Prisão de Holmesburg foi marcada por inúmeros distúrbios violentos, espancamentos sangrentos e experiências químicas e biológicas feitas nos detentos. Localizada na Filadélfia, Pensilvânia, EUA, o local foi utilizado como base de testes para indústrias farmacêuticas e o governo norte-americano, segundo informações oficiais publicadas no jornal Daily Mail.
Quase duas décadas após seu fechamento, em 1995, o local ainda é conhecido como uma das prisões mais violentas da história norte-americana. As ruínas, capturadas em imagens pela fotógrafa urbana Cindy Vasko, revelam corredores e celas vazias, bem como a deterioração da prisão que foi superlotada.
Os presos, saudáveis ou com alguma deficiência, eram pagos para testar uma variedade de substâncias perigosas, incluindo materiais radioativos, alucinógenos e tóxicos, de acordo com Allen Hornblum, autor do livro, em inglês, chamado Acres of Skin, que fala sobre o local. Eles eram de forma aleatória e irresponsável expostos a microrganismos como bactérias, vírus e fungos que causavam infecções de pele, como herpes, micoses e diversos outros, afirma Hornblum em seu livro.
Entre 1951 e 1974, os detentos atuaram como ratos de laboratório para mais de 30 empresas farmacêuticas e agências governamentais. Quem coordenava os experimentos era o renomado dermatologista Dr. Albert Kligman, que escreveu centenas de artigos científicos sobre o que hoje são consideradas doenças cotidianas, como caspa e acne.
Contudo, a carreira de Kligman foi manchada por acusações de crueldade humana, dentro da prisão de Holmesburg, que inspiraram restrições federais a testes realizados em humanos, segundo publicação do jornal New York Times.
Quase 300 ex-detentos entraram com uma ação judicial contra o governo da Filadélfia e contra o dermatologista Albert Kligman no ano 2000, alegando que foram cruelmente expostos a experimentos entre 1961 e 1974. Kligman, por outro lado, negou qualquer irregularidade e acreditava que seus experimentos estavam dentro da lei.
“Meu uso de prisioneiros pagos como sujeitos de pesquisa nas décadas de 1950 e 1960 estava de acordo com o protocolo padrão dos EUA para conduzir investigações científicas na época”, disse Kligman.
“Que eu saiba, o resultado dessas experiências avançou nosso conhecimento sobre a patogênese da doença de pele, e nenhum dano a longo prazo foi causado a qualquer pessoa que participasse voluntariamente do programa de pesquisa”, comentou o médico em sua defesa.
Além dos experimentos, a prisão também foi palco de centenas de ataques violentos, fugas, guardas corruptos e estupro de prisioneiros. É dito que, 25 líderes de uma rebelião que ocorreu em 1938 foram trancados em uma seção da prisão que funcionava como um forno de cozinha. Quando as portas foram abertas, 58 horas depois, quatro detentos haviam “assado até a morte” – literalmente.
Em outro incidente, que ocorreu em 1952, um preso chamado Thomas Donato foi encontrado morto em uma banheira. Embora as autoridades locais tenham alegado que ele se afogou, resultados da autópsia concluíram que ele havia sido espancado até a morte.
Em julho de 1970, quando um diretor e seu vice foram esfaqueados até a morte, uma rebelião provocou a morte de 103 detentos, bem como deixou 29 guardas gravemente feridos. Logo depois deste grave incidente, 235 presos considerados perigosos foram transferidos para a Penitenciária Eastern State, igualmente conhecida por ser violenta.
Confira algumas das imagens capturadas pela fotógrafa Cindy Vasko














Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução