Considerado um dos animais mais famosos e queridos de um zoológico em El Salvador, Gustavito, um hipopótamo de 15 anos, foi brutalmente assassinado dentro de sua jaula, de acordo com informações da BBC. O ataque foi descrito pelas autoridades locais como “covarde e desumano” e a polícia ainda investiga para tentar identificar os autores.
O ataque, que envolveu espancamento e facadas, teria ocorrido no dia 21 de fevereiro, mas o animal acabou não resistindo aos ferimentos e morreu no último domingo (26). De acordo com Will Grant, repórter da BBC para a América Central, a crueldade do caso despertou uma onda de ira e tristeza no país.
Na noite posterior ao incidente, funcionários do zoológico notaram que Gustavito não queria comer ou sair da piscina de sua jaula. Tal comportamento, que incluía estresse e agonia, fez com que os veterinários examinassem o animal, notando a presença de cortes e hematomas na cabeça e no pescoço.
Gustavito teria apresentado “cólica e dores abdominais”, e a quantidade de lesões na cabeça sugeria que tivesse tentado se defender dos ataques, de acordo com os funcionários. As autoridades então anunciaram que investigariam o caso para descobrir os autores do assassinato. E como medida de segurança, o zoológico foi fechado.
“Fui testemunha do duro trabalho dos veterinários, biólogos e cuidadores para salvar a vida de Gustavito”, disse Silvia Elena Regalado, secretária de Cultura da Presidência do país em entrevista à BBC. “Agradeço a demonstração incondicional de profissionalismo, já que passaram dia e noite fazendo os procedimentos necessários para reestabelecer sua saúde, dada a brutalidade com que foi agredido”.
Chocada, a população salvadorenha apelou às redes sociais para protestar. A frase “Perdoe-nos, Gustavito”, foi uma das mais publicadas no Twitter. Os usuários também pediam às autoridades que investigassem a estrutura e segurança do zoológico, na tentativa de entender como um ataque como esse pôde ocorrer com tanta facilidade.
Em resposta, os parlamentares propuseram no início desta semana uma reforma do Código Penal que garantisse punição de quatro a seis anos em regime fechado a quem praticar maus-tratos contra os animais. Especula-se que os altos índices de violência no país possam explicar esse tipo de atitude, especialmente pela ação de gangues, conhecidas como “maras”. Agindo em toda a América Central elas foram formadas no final da guerra, em 1992, quando jovens retornaram ao país trazendo consigo a cultura das gangues americanas.
De acordo do site El Faro, Gustavito teria chegado a El Salvador em outubro de 2004. Antes dele, um hipopótamo chamado Alfredito ocupava o lugar, e viveu por 26 anos até sua morte em 2004.
[ R7 / The Journal / BBC ]