Fígado humano “dentro” de chip poderia por fim nos testes de drogas em animais

de Merelyn Cerqueira 0

Pesquisadores desenvolveram um pequeno chip que imita o funcionamento de um fígado real e poderia ser usado para testar o efeito de drogas eliminando a necessidade de testes em animais.

Ainda, os pequenos e funcionais órgãos miniaturas poderiam ser usados para imitar outros órgãos do corpo. 

A decisão de construir um fígado humano em laboratório partiu do pesquisador Dr. Lawrence Vernetti, da Universidade de Pittsburgh (EUA), quando este desenvolveu uma conexão com um cão que originalmente tinha adquirido para usar como cobaia.

figado-chip_02

“Eu não sei por que, mas quando você trabalha com eles geralmente acaba desenvolvendo conexões”, explicou ele ao Pittsburgh Post Gazette acrescentando que depois que isso aconteceu com o cão, nunca mais quis trabalhar com animais. “Eu acredito que através deste tipo de trabalho podemos eliminar os testes com animais, mesmo que a minha carreira termine antes que isso aconteça”, disse ele.

Nos últimos seis anos, Vernetti concentrou sua atenção no desenvolvimento do primeiro chip do tipo viável do mundo.

O protótipo utiliza células do fígado humano que foram retiradas de pacientes durante procedimentos médicos, ou de fígados destinados à doação, mas que não foram utilizados. 

Com a espessura de um cartão de crédito, ele poderia um dia funcionar em testes por meio de microplaquetas, que registram como um fígado naturalmente reagiria a determinados medicamentos, fornecendo aos pesquisadores dados mais precisos sobre a segurança destes.

No entanto, a equipe de Vernetti ainda está trabalhando para melhorar uma parte vital do dispositivo que representa o duto biliar – que produz a bile, um fluído produzido pelo fígado que facilita a digestão de gorduras dentro do intestino delgado. “Ninguém ainda havia sido capaz de descobrir como fazer um chip com canal biliar realista”, disse Vernetti.

Então, depois de encontrar uma maneira de incluir um duto biliar em seu chip, seu próximo objetivo agora é ligar o dispositivo a outro que representa um intestino.

Ligando ambos, os cientistas poderão examinar como eles trabalham dentro do corpo para remover as toxinas do corpo. “Ainda não estamos no nível em que podemos colocar um corpo inteiro dentro de um chip”, disse Dr. Vernetti.

Contudo, cientistas em várias partes do mundo têm desenvolvido chips que imitam variadas partes do corpo. Uma equipe em especial, de Harvard, está adaptando a “medula óssea em um chip” a fim de estudar os efeitos da radiação.

Eles esperam poder usar o dispositivo para testar o impacto de resíduos nucleares na saúde dos ossos humanos.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail

Jornal Ciência