Especialistas restauram o maior mapa mundi do mundo feito há 430 anos e com detalhes impressionantes

Especialistas recuperaram o maior mapa mundi do mundo. Criado à mão há 430 anos pelo cartógrafo Urbano Monte, o modelo é composto com desenhos estranhamente específicos com unicórnios, lagartos e até mesmos sereias atacando um navio na Venezuela, já que à época era comum que ilustradores preenchessem espaços vazios com imagens aleatórias.

Séculos depois, o colecionador David Rumsey e seu sobrinho fizeram uma análise minuciosa e digitalmente reuniram cerca de 60 páginas previamente vinculadas em um atlas, como era originalmente pretendido. Embora pouco se saiba sobre o cartógrafo do século XVI, o mapa recém-restaurado fornece uma visão sobre como as pessoas entendiam o mundo naquela época, de acordo com a IFLScience.

O mapa, que foi criado em Milão, na Itália, em 1587, mostra o mundo com grande detalhe e é considerado bastante moderno para sua época. Visto de cima, a partir do Polo Norte, ele foi feito em uma perspectiva que não costumava ser usada pelos fabricantes de mapas na época.

A representação do Japão também mostra muito mais nomes de lugares do que os mapas mais contemporâneos do período. Segundo Rumsey, isso provavelmente ocorreu porque Monte se encontrou com delegações japonesas que visitaram Milão em 1585.

Embora esteja muito longe do moderno Google Maps, o modelo de Urbano é certamente fascinante, uma vez que mostra a visão das pessoas sobre mundo naquela época.

Monte chegou a deixar instruções para que o mapa fosse anexado a uma moldura, de 3 metros de largura por 3 metros de comprimento. Logo, Rumsey montou-o como pretendido, apesar da dificuldade causada pela forma circular incomum, uma indicação de que Monte sabia que a Terra era redonda.

“Monte queria mostrar toda a Terra o mais próximo possível de uma esfera tridimensional, usando uma superfície bidimensional”, explicou Rumsey. “Sua projeção faz exatamente isso, não obstante às distorções ao redor do Polo Sul”.

O mapa também retrata camelos e leões na África Central, pássaros gigantes carregando um pequeno elefante, o Rei da Espanha em uma região costeira do Brasil, demônios e até mesmo um homem lagarto na Sibéria.

Quando georeferenciado e, em seguida, apresentado em uma forma cartográfica mais familiar, várias distorções do mundo podem ser vistas, bem como algumas formas familiares bastante precisas. Por exemplo, a África, América do Norte e Antártida estão extremamente proeminentes.

“Ele criou esta vasta área para entrar em concordância com todas as especulações sobre a Antártica, proliferadas em descrições geográficas do século 16″, explicaram os colaboradores cartográficos do colecionador.