Especialistas encontram algo terrível em abrigos para mulheres administrados por freiras na Irlanda

de Merelyn Cerqueira 0

Uma comissão que investigava antigos centros religiosos para refugiadas no século XX, dirigidos por freiras, descobriu enterrados dentro de uma câmara subterrânea, em Tuam, na Irlanda, um grande número de esqueletos humanos.

Assume-se que os corpos teriam pertencido a mulheres grávidas de 35 semanas e crianças de até três anos de idade. 

Em 2014, o governo de Dublin criou uma comissão para investigar alegações feitas pela historiadora local Catherine Corless sobre a morte de crianças em lares adotivos durante o século XX.

À época, ela afirmou que o centro religioso das Irmãs do Bom Socorro tinha uma vala comum com pelo menos 800 esqueletos de crianças, sumariamente executados por freiras católicas.

O grupo, chamado “Comissão das Mães e Bebês”, foi então verificar esses centros. Eles descobriram que um em Tuam, que funcionou entre 1925 e 1962 como um abrigo para mães solteiras, tinha o maior caso de abuso e negligência por parte das freiras. 

A descoberta, segundo informações do The Guardian, confirma décadas de suspeitas de que a grande maioria das crianças que morriam nesses abrigos era enterrada no local e em túmulos sem identificação, uma prática comum nessas instalações administradas pela Igreja Católica em meio as altas taxas de mortalidade infantil na Irlanda do início do século XX.

De fato, em 2013, outra investigação revelou que entre 1922 e 1996, milhares de mulheres que haviam sido acolhidas nesses centros trabalhavam em condições de semiescravidão.

 As principais razões pelas quais estas mulheres procuravam abrigo incluíam “abuso doméstico” e “atitudes imorais”, este último associado às que engravidavam fora do casamento.

A comissão encontrou também pelo menos outros três centros pertencentes à ordem das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, atualmente inativos, com ossadas de pelo menos 3.200 crianças. 

Segundo a Comissária do governo para crianças, Katherine Zappone, as descobertas foram “tristes e perturbadoras”.

Ela prometeu que as famílias das crianças seriam consultadas sobre o fornecimento de enterros apropriados ou memoriais. “Vamos honrar sua memória e ter certeza de que tomamos as ações certas para tratar seus restos mortais adequadamente”, disse Zappone.

Fonte: The Guardian Fotos: Reprodução / The Guardian

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