Emocionante: a chimpanzé enjaulada por toda sua vida em laboratórios vê o céu pela primeira vez; veja vídeo

de Redação Jornal Ciência 0

O quão lindo pode ser algo simples, como a aparência e cor do céu, na vida de um ser vivo que jamais o viu livremente? 

Em uma reportagem do New York Post, uma cena comovente capturada em vídeo mostra Vanilla — uma chimpanzé que nunca teve o direito de sair de sua gaiola.

A chimpanzé de 29 anos sobreviveu a experimentos científicos tenebrosos de um dos mais controversos locais de terror para animais, o Laboratório de Medicina Experimental e Cirúrgica em Primatas (LEMSIP), de Nova York. Somente agora, viu o céu aberto pela primeira vez, ao chegar no santuário Save The Chimps, na Flórida.

Impressionante imagem registrada pelo fotógrafo Steve Winter, da National Geographic, mostrando um técnico de pesquisa do laboratório LEMSIP, à luz vermelha como fonte de calor, enquanto aguarda o parto de uma chimpanzé grávida em uma das gaiolas de terror do instituto.

Vanilla nunca pôde sair de sua “habitação” de apenas 1,5 metro quadrado ou de um pequeno cômodo do tamanho de uma garagem dentro do laboratório, juntamente com outros chimpanzés.

O instituto questionável fechou em 1997, onde Vanilla viveu até completar 2 anos de idade, mas logo em seguida foi transferida, juntamente com outros primatas, para um abrigo fechado, na Califórnia, onde permaneceu confinada, mas o local também fechou em 2019.

Somente ano passado, o santuário Save The Chimps, nos EUA, especializado em chimpanzés, providenciou o transporte através do FedEx (serviço de remessa de cartas, caixas e objetos), levando Vanilla e seu grupo para viverem em um ambiente com 600.000 metros quadrados.

O vídeo é tão comovente e significativo que foi compartilhado no Simpósio da Sociedade Americana de Primatologistas, pelo Dr. Andrew Halloran, que integra o time de especialistas do santuário.

Quando Vanilla deixou seu recinto de transporte, foi saudada pelo macho alfa Dwight e imediatamente olhou para o céu, demonstrando seu encanto por estar o observando pela primeira vez, livre. Em seguida, começou a explorar a ilha onde será agora sua casa.

“Na Califórnia, Vanilla vivia com alguns chimpanzés dentro de uma gaiola com cercas de arames, sem grama e com pouco entretenimento”, disse o Dr. Halloran em entrevista ao The Post.

Agora, seu novo refúgio é uma ilha, o lar de 226 chimpanzés sobreviventes, literalmente descartados de laboratórios experimentais, da indústria do entretenimento (como circos), zoológicos clandestinos ou apreendidos no comércio ilegal de animais exóticos. Muitos jamais viram outro chimpanzé e viviam totalmente solitários.

“Vanilla está se adaptando muito bem. Quando ela não está explorando a ilha com seus amigos, geralmente pode ser encontrada no topo de uma plataforma de escalada de três andares, inspecionando seu novo mundo”, disse o Dr. Halloran.

Halloran avalia as personalidades de cada novo chimpanzé que chega ao santuário para descobrir qual das 12 comunidades da ilha é a melhor combinação, para evitar brigas, disputa de território e má adaptação.

“Vanilla se dá bem com todos os outros 18 chimpanzés em sua ilha e tem uma relação particularmente divertida com o macho alfa Dwight, de quem ela adora roubar comida”, salientou o primatologista.

Fonte(s):New York Post Imagem de Capa: Reprodução / New York Post Foto(s): Reprodução / Save The Chimps e National Geographic

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