Câmara criogênica: o que existe por trás da ambiciosa invenção que promete tornar o ser humano imortal?

de Merelyn Cerqueira 0

A ambição da imortalidade não é uma ideia recente. De fato, são muitos os relatos históricos de antepassados que tentaram ao máximo estender suas vidas.

Uma das técnicas mais “eficazes”, no entanto, só pode ser desenvolvida em nosso tempo, devido aos avanços tecnológicos. O método é conhecido como criogenia, e é algo que está dando o que falar entre os cientistas.

O que é a criogenia?

A criogenia é a ciência de congelar um corpo, ou parte dele, para preservação, através de uma câmara criogênica.

Seus defensores afirmam que se trata de um procedimento milagroso para enganar a morte e que permitirá aos corpos serem revividos conforme o progresso da ciência médica – o que pode levar algumas décadas ou séculos.

Como funciona?

O processo de congelamento deve começar assim que o paciente morre a fim de evitar danos cerebrais, cerca de dois minutos depois da parada cardíaca. Durante o procedimento, o corpo é esfriado a -196° C, para que sua temperatura seja gradualmente reduzida.

O sangue então é drenado e substituído por um fluido que não congela, para impedir a formação de cristais de gelo nocivos no corpo evitando que as células sejam danificadas. Todo o processo duraria cerca de seis horas.

A ciência da criogenia garante ao usuário que entra em uma câmera criogênica que sua memória e personalidade permanecerão intactas, já que ambas estão armazenadas na estrutura e na química do cérebro.

De fato, há muitos estudos que afirmam que a atividade cerebral é capaz de ser interrompida por um tempo e depois reativada.

Alguns especialistas não concordam totalmente com essa teoria, pois trata-se de um terreno muito especulativo, onde existe um cenário em que a memória e a personalidade de uma pessoa possa de fato não existir, caso o corpo possa ser ressuscitado um dia.

Este é um dos pontos mais fracos da prática, pois não existem evidências científicas sólidas que sustentem as afirmações milagrosas. Atualmente, ele está disponível em instalações localizadas na Rússia (KrioRus), EUA (Alcor, no Arizona e Cryonics Institute, em Michigan) e Portugal (Alcor).

Quais as chances de sucesso?

Segundo muitos especialistas, nenhuma. Isso porque, órgãos como coração e rins nunca foram congelados e descongelados com sucesso. Logo, é pouco provável que um corpo inteiro, incluindo cérebro, possa ser descongelado sem danos reversíveis.

Especialistas médicos afirmam ainda que uma vez que as células são danificadas durante o congelamento, se transformam de modo que não podem mais ser convertidas em tecido vivo.

Basicamente, eles atestam que seria o mesmo que tentar transformar um ovo mexido de volta a forma crua e dentro da casca – o que é impossível, há que as proteínas do ovo se desnaturam quando entram em contato com temperaturas altas, neste caso comparativo, seria o mesmo, já que as temperaturas são absurdamente baixas.

Fonte: Daily Mail / Super Curioso Fotos: Reprodução / Daily Mail

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