Um bracelete feito de pedra verde, encontrado em 2008 em uma caverna associada ao hominídeo de Denisova, na região de Bashelaksky, dos Montes Altai, na Sibéria, pode revolucionar nossa compreensão sobre o desenvolvimento humano primitivo.
Por meio de técnicas de datação de carbono, pesquisadores descobriram que o objeto pode ser cerca de 30 mil anos mais antigo do que se imaginava. Isto faria com que o adereço paleolítico tenha algo entre 65.000 e 70.000 anos de idade. Com informações do Daily Mail.
Especialistas já acreditam que o bracelete, que possui uma largura de 2,7 cm, espessura de 0,9 cm, diâmetro estimado de 7 cm e pequenas perfurações com cerca de 0,8 cm de diâmetro, é a joia mais antiga do mundo, tendo sido criado por um ramo extinto dos primeiros seres humanos, conhecidos como Denisovans. Estes já foram relacionados a parentes próximos do Homo sapiens e Neandertais.
Se a hipótese for confirmada correta, ela reprimiria sua datação em 30.000 anos, mostrando que a tecnologia utilizada para a criação da peça esteve disponível bem antes do que pensávamos.
Os cientistas responsáveis pela revisão, das universidades de Oxford, na Inglaterra e Wollongong, na Austrália, devem se encontrar este mês ainda com colegas russos que irão analisar e interpretar os resultados.
Serão avaliadas as camadas de solo em que foram encontrado o bracelete e outros artefatos, incluindo uma agulha pré-histórica.
O bracelete em questão encontrava-se exposto em um museu na França, com indicações de que teria 50 mil anos de idade e que teria sido feito por um artesão a uma mulher paleolítica. Contudo, os pesquisadores russos também acreditam que item é ainda mais antigo.
“Os resultados preliminares que foram recebidos até agora sugerem que a pulseira tenha sido feita entre 65.000 a 70.000 anos atrás”, disse Maksim Kozlikin, pesquisador do Instituto de Arqueologia e Etnografia de Novosibirsk.
Já o diretor do instituto, o professor Mikhail Shunkov, reconhece que, mesmo com 50 mil anos de idade, o bracelete já era “um fenômeno de nível mundial”, uma vez que sua existência desafiava o chamado “nível de tecnologias”, devido as perfurações feitas que são mais comuns nos tempos mais recentes.
“Nossos colegas da Austrália e Oxford virão aqui em agosto para discutirmos o objeto”, disse ele, acrescentando que alguns dados foram vistos como “ambíguos” e que precisavam ser esclarecidos.
De acordo com o Siberian Times, o consenso sobre a idade da pulseira será anunciado depois desta reunião em um artigo publicado em periódicos especializados.
O bracelete em questão foi encontrado em 2008 na Caverna Denisova, na Sibéria. Ela guardou traços dos Denisovans, homo altaiensis, Homo sapien e Neandertal, uma vez que estes compartilharam a caverna em vários momentos que se cruzaram.
Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail