Estudo sugere que canela ajuda a refrescar o corpo

de Merelyn Cerqueira 0

A canela, obtida através da parte interna da casca do tronco da caneleira (Cinnamomum zeylanicum), é uma especiaria muito utilizada na culinária e medicina. Desde os tempos antigos é tida como um item de valor: um único quilograma valia até 10 gramas de ouro no início do século 16.

Atualmente, ela é considerada em um alimento termogênico e capaz de melhorar a saúde global, uma vez pode ajudar a resfriar o nosso corpo em até 2° C, de acordo com um estudo realizado por cientistas da Escola de Engenharia da Universidade RMIT, na Austrália, publicado pela Scientific Reports.

Para o experimento, foram agrupados 12 porcos em quatro grupos distintos: o primeiro mantido em um ambiente com temperatura de 20° C e alimentado diariamente com um suplemento contendo 5 gramas de canela; um segundo alimentado normalmente, sem canela e em temperatura ambiente; um terceiro mantido a temperaturas de 35° C e alimentado diariamente com suplemento à base de 5g de canela; e um último alimentado sem canela e em um ambiente muito quente.

Depois de dois dias, os pesquisadores descobriram que a canela ajudou a manter a integridade do revestimento estomacal dos suínos, com temperaturas 2° C mais baixas do que os porcos alimentados de forma convencional.

Em um estudo semelhante realizado com seres humanos, os efeitos foram similares. O resfriamento do estômago reduz os níveis da enzima digestiva chamada pepsina, melhorando o fluxo de sangue pela parede estomacal, a digestão e também a saúde intestinal.

Segundo Kourosh Kalantar-Zadeh, que liderou o estudo, não é surpresa que a canela seja tão popular nas regiões mais quentes do globo, uma vez que ela parece ajudar as pessoas com calor. “Nossos experimentos mostraram que nos porcos as cápsulas de canela podem ajudar a fornecer novas informações fisiológicas que poderão melhorar nossa compreensão de dietas e medicamentos”, disse. “Trata-se de um recurso altamente confiável para monitoramento e diagnostico de distúrbios gastrointestinais que poderá revolucionar a ciência dos alimentos como conhecemos hoje”.

[ Fonte: Muy Interesante ]

[ Foto: Reprodução / Muy Interesante ]

Jornal Ciência