Uma mosca intacta foi encontrada no cólon de um homem durante exame; médicos estão intrigados

Quando se trata de locais para descobrir itens incomuns, o cólon parece ser tão surpreendente quanto as pirâmides do Egito.

de Redação Jornal Ciência 0

O subtítulo da reportagem, não é uma piada. Em exames de colonoscopia, registrados em diversas revistas médicas, bem como análises arqueológicas, já mostraram todo tipo de coisas localizadas no reto e nos segmentos do cólon.

Desde uma joaninha viva (em 2019, no ACG Case Reports Journal), centenas de gafanhotos (em múmias de 1.200 anos encontradas no sul do Texas, segundo o International Journal of Paleopathology) e até um projétil de artilharia da Segunda Guerra Mundial (em 2021). 

Normalmente, não é exatamente um mistério como os objetos foram parar lá. Mas ocasionalmente, surge um verdadeiro enigma. Recentemente, por exemplo, uma equipe realizou uma colonoscopia em um homem de 63 anos e encontrou uma mosca escondida em seu cólon.

O homem, que tinha histórico médico comum com problemas cardíacos, asma e zumbido no ouvido, compareceu para sua colonoscopia após preparar seus intestinos para o procedimento — quem já realizou o exame sabe que os intestinos precisam estar completamente “limpos” e esvaziados para serem visualizados por câmeras.

Ter uma visão livre de detritos fecais é essencial para o diagnóstico e, por isso, os médicos desenvolveram uma escala de limpeza chamada Escala de Preparo Intestinal de Boston — pontos que avaliam o preparo intestinal completo, ou seja, incluindo as manobras de limpeza realizadas pelo médico endoscopista.

Assim como é possível classificar diversos tipos de parâmetros em outros exames, também é possível avaliar a limpeza do cólon em uma escala de 0 a 9

O cólon direito, o cólon transverso e o cólon esquerdo são avaliados em uma escala de 0 (“a mucosa não é visível devido às fezes sólidas, e as massas fecais não podem ser removidas”) a escala 3 (“toda a mucosa do segmento do cólon pode ser vista claramente, sem resíduos”).

Essas pontuações são somadas para a pontuação geral. No caso deste paciente, ele recebeu a escala 2 (“a mucosa do segmento do cólon pode ser vista claramente, com pequenas quantidades de resíduos fecais, pequenos fragmentos de fezes e/ou líquido opaco”) em todos os segmentos, totalizando uma boa pontuação geral de 6.

No exame, os médicos puderam ver claramente uma diverticulose pancolônica, cinco pólipos no cólon, hemorroidas, e… A equipe encontrou uma mosca no cólon transverso.

A mosca não se movia, mesmo quando cutucada pelo médico que realizava a colonoscopia. “O paciente não tinha certeza de como a mosca entrou em seu cólon”, explicou a equipe em seu relatório de caso, acrescentando que a descoberta era muito rara e um mistério clínico.

“Ele havia consumido apenas líquidos claros no dia anterior ao procedimento. Ele relatou ter comido pizza e alface na noite de 2 dias antes do procedimento, mas não se lembra de ter visto uma mosca em sua comida”, informaram os autores do estudo de caso publicado.

Mesmo que ele tivesse engolido a mosca, não faria muito sentido ela estar inteira, sem ter sido danificada pelos sucos gástricos do estômago. O inseto estava intacto, sem danos.

O paciente não tem ideia do que ocorreu; os médicos, também, nãoO estudo foi publicado na revista científica The American Journal of Gastroenterology.

Fonte(s): IFLScience / The American Journal of Gastroenterology Imagem de Capa: Reprodução / Maxx-Studio/ KangGod / Shutterstock.com; Edited By IFLScience Foto(s): Reprodução / The American Journal of Gastroenterology

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