Três expressos por dia podem ajudar a reduzir os riscos de câncer de próstata em 53%, sugere estudo

de Merelyn Cerqueira 0

Cientistas sugeriram que uma xícara de café expresso pela manhã pode fazer muito mais do que nos deixar acordados.

Segundo eles, três doses por dia podem reduzir em 53% os riscos de câncer de próstata, uma vez que a cafeína é capaz de suprimir o crescimento de células tumorais.

A cafeína também foi associada a um menor risco de doenças, suicídio e depressão.  Cerca de um a cada seis homens são diagnosticados com câncer de próstata em algum ponto da vida, mas apenas um em cada 36 terá como esta sua causa de morte.

Esse tipo de câncer é hoje a terceira maior causa de morte entre os homens. No entanto, os pesquisadores esperam que a cafeína, que é consumida pela grande maioria da população adulta, reduza o número de diagnósticos. 

O estudo, conduzido pelo Instituto Neurológico Mediterrâneo Neuromed (IRCCCS), em Pozzilli, Itália, analisou por quatro anos cerca de 7.000 homens que residiam na região central de Molise, bem como seus hábitos de consumo de café.

Os pesquisadores então compararam esses dados com as ocorrências de câncer de próstata entre os participantes, encontrando uma redução líquida de até 53% entre aqueles que bebiam três ou mais xícaras de café por dia em comparação aos que bebiam duas ou nenhuma.

Para confirmar a hipótese, os cientistas testaram a ação do extrato de café nas células cancerosas da próstata por meio de estudos laboratoriais.

Eles analisaram extratos com e sem cafeína. Enquanto os cafeinados reduziram significativamente a proliferação de células do câncer, bem como sua capacidade de metástase, esse efeito em grande parte desapareceu nos descafeinados.

“As observações sobre as células cancerosas permitem dizer que o efeito benéfico observado entre os 7.000 participantes é provavelmente devido à cafeína, em vez de muitas outras substâncias contidas no café”, disse Maria Benedetta Donati, chefe do Laboratório de Medicina Translacional. Contudo, Licia Iacoviello, chefe do Laboratório de Epidemiologia Molecular e Nutricional, alegou que a região onde o estudo foi realizado pode ter afetado o resultado.

“Devemos ter em mente que o estudo é realizado em uma população central da Itália”, disse ela. “Eles preparam o café rigorosamente à maneira italiana:  em alta pressão, temperatura da água muito alta e sem filtros”. 

Esse método, segundo ela, que é muito diferente dos seguidos em outras áreas do mundo, poderia levar a uma maior concentração de substâncias bioativas. Porém, ela aconselhou que pode ser muito interessante explorar este aspecto.

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que o café expresso tem uma infinidade de benefícios, e o consumo dele como bebida – independente do modo de preparo – tem sido associado à redução do risco de doenças, suicídio e depressão. 

Um estudo realizado em 2014 pela Universidade da Califórnia (EUA), por exemplo, mostrou que beber dois expressos por dia melhorou o processo de consolidação da memória, especialmente a de longo prazo.

Outro, publicado pela revista Medicine and Science in Sports, sugeriu que o café expresso pode melhorar o desempenho da prática de exercícios físicos. Segundo os pesquisadores, a cafeína faz com que as atividades pareçam menos árduas, reduzindo o nível de esforço percebido em mais de cinco por cento.

Fonte: Daily Mail Fotos: Reprodução / Daily Mail

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