TOP 10 fatos bizarros sobre a psiquiatria do século 19

de Julia Moretto 0

As clínicas psiquiátricas, também conhecidas como hospícios ou manicômios, abrigam pessoas que sofrem de transtornos mentais.

Desde o século 19 até o início do século 20, instrumentos como camisas de força, quartos fortes ou “prisões acolchoadas”, choques elétricos, operações no cérebro, foram usados para controlar os pacientes.

Confira 10 fatos surpreendentes sobre a psiquiatria desta época.

1 – Distúrbio nervoso

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Hoje em dia sabemos que um distúrbio do sistema nervoso está associado à hipertensão arterial, problemas cardíacos, dificuldade respiratória, entre outros. Mas no século 19, esses distúrbios eram relacionados a colapso nervoso ou exaustão nervosa.

Esses sintomas não eram vistos como problemas cardíacos ou respiratórios. Esse quadro só mudou depois de alguns estudos científicos.

2 – Monomania

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Monomania é quando o paciente fica obcecado por uma única emoção ou por várias relacionadas a uma só.

No século 19, os especialistas entendiam que esse distúrbio estava associado à incapacidade de compreender racionalmente a realidade. 

Foi o pesquisador Jean-Étienne Esquirol quem descobriu que o distúrbio é um delírio parcial, em que o paciente sofre de uma falsa percepção. Despois da descoberta, ele desenvolveu um diagnóstico para a doença.

3 – Formas de tratamento

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Até o século 19 a população achava que pessoas que sofriam de condições psiquiátricas eram loucas e deveriam ser tratadas de forma desumana.

O médico Philippe Pinel foi quem começou a mudar essa percepção. Ele pediu para que as pessoas que cuidassem dos pacientes no Hospital Bicetre, em Paris, fossem mais humanas. Ele também queria incluir caminhadas, conversas e recreações no cotidiano dos pacientes. Essa técnica se espalhou no mundo, chegando até mesmo na América.

4 – O caso de Daniel M’Naghten

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Em 1843, o artesão M’Naghten acreditava que queriam matá-lo devido a seu envolvimento com a política. Para evitar que isso ocorresse, ele decidiu matar o primeiro-ministro escocês, Robert Peel. Porém, ele confundiu o alvo e atirou no secretário de Peel, Edward Drummond. Ele foi levado a julgamento, mas alegou sofrer de monomania e não foi condenado.

Não convencida da decisão, a rainha Vitória pediu que o caso fosse reaberto. A decisão ficou conhecida como as Regras de M’Naghten e atualmente serve como base para “determinar a insanidade legal em muitas partes da Inglaterra e dos Estados Unidos até o dia de hoje”.

5 – O Opala

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O estudo feito por Pinel deu a possibilidade de os pacientes estudados criarem um jornal literário chamado de “The Opal”.

Em 1850 ocorreu a primeira publicação impressa, mas somente as pessoas que moravam na clínica receberam. Após um ano do lançamento, o jornal estava sendo publicado em revistas e colecionava cerca de 900 assinantes e circulação com 330 periódicos. Os lucros foram para a biblioteca da instituição.

6 – Aumento do número de clínicas

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Durante o século 19, o número de clínicas aumentou consideravelmente. Isso ocorreu porque as cidades começaram a fica mais povoadas e as doenças mentais mais evidentes.

Para se ter ideia, na Inglaterra, o número de pacientes subiu de 10 mil em 1800 para dez vezes mais em 1900. Para pesquisadores, isso ocorreu devido à modernização e ao estresse.

7 – As pesquisas aumentaram

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Com o aumento de clínicas, também foi registrado um alto número de pessoas querendo estudar o assunto e entender porque as pessoas ficavam “loucas”.

Um exemplo foi o médico Thomas Willis, de Oxford, responsável pelo termo neurologia, que tentou entender as funções mentais que coordenam algumas regiões do cérebro.

Archibald Pitcairn também se dedicou ao tratamento de doentes mentais e dizia que eles sofriam de “ideias falsas introduzidas pelas atividades caóticas do espírito animal”.

8 – Frenologia

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O fato do ser humano enxergar imagens com palavras escritas por toda a cabeça se tornou “comum”.

No século 19 esse estudo era conhecido como frenologia, e abordava as relações entre o caráter e a forma do crânio. Na época, o médico Franz Joseph Gall mostrou que a forma do crânio influenciava o comportamento. Porém, sua posição foi criticada por ter baseado as afirmações em uma única casualidade.

9 – Dorothea Dix

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Durante o século 19, o número de estudos e clínicas psiquiátricas aumentou, porém nem todos tiveram o privilégio de serem tratados.

Dorothea Dix contou o sofrimento que algumas pessoas passavam nas instituições. Com isso, ela começou a lutar por melhorias nas clínicas, recebendo apoio de diversas pessoas, como William Ellrey Channing. Durante suas visitas, ela encontrou gaiolas dentro das instituições e pacientes acorrentados. Em 1843, graças à luta de Dix, o estado aprovou uma Lei que aumentava o financiamento para as clínicas.

10 – Clínicas psiquiátricas na Índia

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O aumento de pessoas com distúrbios também aumentou na Índia durante o século 19. Nesta época, a Grã-Bretanha já havia colonizado alguns países e, entre eles, estava a Índia.

Devido ao alto número de pacientes, os governantes precisaram aderir aos métodos de tratamento ensinados por Pinel e Esquirol. Além disso, eles separavam pacientes por nacionalidade, sendo alguns enviados para instituições públicas e outros para privadas.

Fonte: ListVerse Fotos: Reprodução / ListVerse

Jornal Ciência