Seis novos pulsares de milissegundo são descobertos

de Bruno Rizzato 0

Alguns dos relógios mais precisos no universo são os pulsares. Eles são tão precisos que podem ser usados ​​para testar as teorias físicas mais sofisticados com taxas de acerto impressionantes.

Por isso, os astrônomos estão sempre à procura de mais exemplares deles. Na semana passada, usando o Fermi Large Area Telescopes (LAT), uma equipe internacional de astrônomos conseguiu descobrir seis novos pulsares de milissegundo, graças à ajuda das observações de rádio do telescópio de Arecibo, em Porto Rico.

Pulsares de milissegundo (PMS) são estrelas de nêutrons que giram em seu eixo a uma velocidade extremamente alta. Às vezes, os pulsares possuem estrelas companheiras, absorvendo o material da companheira em suas órbitas, praticamente sugando sua vida. Devido à conservação do momento angular, o material em queda pode dar um impulso para o pulsar ser acelerado. Assim, ele pode girar centenas de vezes por segundo.

Segundo um artigo publicado no portal Arxiv, os pesquisadores detalharam o período de rotação desses objetos, descobrindo que o giro mais rápido acontece a cada 1,99 milissegundos, e o mais lento a cada 4,66 milissegundos. Embora todos sejam rápidos, existe muita variação entre os seus objetos, fazendo os pesquisadores dividirem eles em três grupos.

Três PMSs foram categorizadas como “viúvas-negras”, onde o pulsar roubou quase toda a massa da companheira, que virou apenas um objeto de massa degenerada com peso inferior a 10% da massa do Sol. Dois pulsares foram chamados de “redback” (em alusão à aranha que no Brasil é chamada de Latrodectus hasseltii, parecida com a viúva-negra), para descrever os pulsares eclipsados pelos grandes fluxos de saída da estrela companheira. O último objeto identificado possui uma companheira anã branca mais clássica.

O Fermi detectou mais de 1.000 fontes não identificadas de raios gama, e os pesquisadores acreditam que algumas delas poderiam ser mais pulsares de milissegundo. “Dos 230 PMSs conhecidos atualmente no disco galáctico, 30% foram descobertos em fontes não identificadas anteriormente de raios gama detectados pelo instrumento Fermi (LAT). Embora apenas cerca de 10% de todos os pulsares conhecidos girem a taxas de milissegundo, PMSs compõem metade de todos os pulsares observados como emissores de raios gama”, escreveu a equipe nos resultados do estudo.

[ IFLS ] [ Foto: Reprodução / NASA ]

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