Primeiro braço protético controlado por pensamento é desenvolvido por cientistas

de Merelyn Cerqueira 0

Cientistas na Europa e América do Norte desenvolveram uma espécie de braço biônico controlado por pensamento que detecta sinais da medula espinal, segundo informações do jornal Daily Mail. O modelo é diferente dos protéticos existentes, que dependem da contração muscular do braço danificado e permitem ao amputado realizar apenas movimentos limitados.

 

Essa gama limitada de movimentos é uma das razões para 50% dos amputados abandonarem suas próteses. No entanto, ao ligar os nervos da coluna vertebral a um músculo intacto, no peito ou bíceps do paciente, foi possível realizar movimentos muito mais amplos, que incluem abertura e fechamento da mão, giro do pulso e levantar e abaixar o braço.

 

Para controlar a prótese, o paciente precisa apenas pensar, como se estivesse controlando um braço fantasma. Assim, ao imaginar a ação desejada, como apertar dois dedos, por exemplo, o sinal é transportado através dos nervos para o músculo. Sensores eletrônicos na superfície da pele captam esses sinais e em seguida, movimentam o braço robótico.

 

A pesquisa foi liderada por Dr. Dario Farina, do Imperial College de Londres, juntamente com colegas na Europa, Canadá e EUA. “Quando um braço é amputado, as fibras nervosas e músculos são cortados, o que significa que é muito difícil obter sinais significativos dele para operar uma prótese”, explicou. “Tentamos então uma nova abordagem, passando o foco dos músculos para o sistema nervoso”.

 

Isso significa que nossa tecnologia pode detectar e decodificar sinais mais claramente, abrindo a possibilidade de próteses robóticas que poderiam ser mais intuitivas e úteis para os pacientes”, disse. Os experimentos foram realizados na Universidade de Viena, na Áustria, com seis voluntários amputados do ombro para baixo ou logo acima do cotovelo. Após a fisioterapia, eles foram capazes de realizar uma ampla gama de movimentos, que outrora seria impossível com as próteses clássicas controladas por músculos.

 

Os pesquisadores disseram ter chegado a essa conclusão ao comparar estudos prévios sobre próteses robóticas controladas por músculos. Embora as melhorias sejam consideráveis, os autores esperam que os novos modelos entrem em mercado nos próximos três anos.

 

Como funciona?

A nova tecnologia usa células nervosas conhecidas como neurônios motores presentes na medula espinhal. Suas fibras, chamadas de axônios, projetam-se para fora da medula para controlar diretamente os músculos do corpo.

 

O novo braço robótico, por sua vez, detecta os sinais transmitidos pelos neurônios motores espinais dando ao usuário a capacidade de controle. A esperança dos pesquisadores agora é que mais comandos possam ser programados na prótese, tornando-a ainda mais funcional.

[ Daily Mail ] [ Foto: Reprodução / Daily Mail ]

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