Estamos cercados por coisas que simplesmente desconhecemos e cegamente aceitamos. Somos acostumamos com o fato de o céu ser azul, a grama ser verde, a banana, amarela e por aí vai. Mas, dificilmente questionamos o porquê das coisas.

O mesmo acontece com o relógio. Embora tenhamos olhado para eles milhares de vezes, e aprendemos a determinar o tempo a partir de seus ponteiros, a maioria das pessoas não saberão dizer porque o tempo foi dividido em 24 horas. Por que não 25, 20? 

A verdade é que vivemos em um mundo baseado no sistema decimal.

A base 10 governa quase todos os países – exceto pelos que ainda usam unidades como milhas, galões ou outras do sistema imperial. Então, tendo em mente em sistema decimal dominante, porque o dia não foi dividido em blocos de 10 horas?

A culpa é dos Egípcios

À medida que a civilização humana evoluía, percebeu-se que era necessário contar objetos e bens pertencentes a cada um. Por exemplo, ninguém ia querer levar cinco cabras para pastar e voltar com apenas três sem saber a diferença.

Então, e considerando que o conceito da linguagem escrita estava vivendo seus primeiros dias, as pessoas aprenderem a contar utilizando os dez dedos.

Hieróglifos egípcios de 3.000 a.C. sugerem que o uso do sistema decimal já havia sido aplicado. Então, porque eles decidiram considerar uma base de 12 nos relógios?

Muitos acreditam que isso tenha ocorrido em razão de um sistema herdado pela antiga cultura suméria, que ao invés de usar os dedos para contar, utilizava os nós dos dedos. 

Para entender melhor, abra sua mão e use a ponta do polegar para tocar as três dobras dos dedos (falanges), você verá que o total é 12, uma vez que são considerados apenas quatro dedos. relogio-tempo-horas-2

Logo, para medir o tempo usando este método, os egípcios dividiram o dia em duas metades de 12 horas, mais precisamente, em um dia de 10 horas, mais duas horas antes do amanhecer e escurecer e 12h de completa escuridão. 

Para chegar a este método, eles basearam a contagem das horas pelo movimento do céu. Ainda, acompanham cerca de 36 pequenas constelações, chamadas de “decanos”, que surgiam no horizonte uma de cada vez e a cada 40 minutos.

Assim, o surgimento de cada decano marcava o início de uma nova hora, enquanto que, a cada 10 dias, a noite acabava com um decano diferente, que se alternava pouco antes do amanhecer.

Já na IX Dinastia (2.100 a.C.), os egípcios criaram um calendário unificado a partir do aparecimento regular dessas estrelas. Estes 36 períodos de 10 dias constituíram o ano egípcio, de 360 dias. 

“Foram produzidas tabelas para ajudar as pessoas a determinar o tempo à noite observando os decanos”, disse Dr. Nick Lomb, consultor de curadoria em astronomia do Observatório de Sydney, à ABC News. “Incrivelmente, estas tabelas foram encontradas dentro do tampo de caixões, provavelmente para que os mortos também pudessem contar o tempo”.

Este sistema de calendário simplificou a contagem dos dias, mas a duração mais flexível das horas inviabilizava o método para os gregos, que precisavam de um dia com aumentos fixos de tempo.

Sabendo disso, Hiparco, considerado por muitos como um dos maiores astrônomos da Antiguidade, transformou o relógio estelar dos egípcios no modelo equinocial padrão que conhecemos hoje.

Fonte: Gizmodo Fotos: Reprodução / Gizmodo

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