O Relógio do Apocalipse (ou Relógio do Juízo Final) foi atualizado, o que é tanto uma boa quanto uma má notícia, dependendo da maneira como você olha para ela.
O relógio foi mantido a 3 minutos para a meia-noite. Ele é um símbolo do quão perto estamos do nosso próprio fim, é operado por membros do Boletim de Cientistas Atômicos, com sede em Chicago. Ontem, em um evento em Washington, DC, eles anunciaram sua decisão de manter o ponteiro dos minutos inalterado.
Eles destacaram o acordo nuclear do Irã e o acordo sobre o clima em Paris como razões de alívio, mas foram apenas “pequenas manchas brilhantes” entre os problemas mais sombrios da atualidade.
“A situação mundial continua muito ameaçadora para a humanidade, e uma ação decisiva para reduzir o perigo que representam as armas nucleares e as mudanças climáticas é de necessidade urgente”, disse o boletim em um comunicado.
As alterações climáticas, apesar do acordo de Paris, ainda são uma grande preocupação para a humanidade. De fato, 2015 foi o ano mais quente já registrado, e nós já passamos o limiar de 1 °C, aproximando-nos cada vez mais do limite fatal de 2 °C.
O suposto teste de uma bomba de hidrogênio da Coreia do Norte também foi citado como uma razão para cautela, enquanto ameaças tecnológicas, incluindo a ascensão da inteligência artificial (algo de que Stephen Hawking, alertou-nos recentemente) também foram apontados.
“O tique-taque deste Relógio não para. O perigo mundial se aproxima. Os líderes sábios devem agir sem demora”, terminou a declaração numa nota sombria.
O Boletim de Cientistas Atômicos, fundado em 1945 por cientistas que desempenharam um papel na criação das primeiras armas atômicas, atualiza o relógio anualmente desde 1947. O mais próximo que ele chegou da meia-noite foi em 1953, a exatos 2 minutos do fim, após os testes com bomba de hidrogênio serem realizados pelos Estados Unidos e União Soviética. O “fim” da Guerra Fria em 1991, por sua vez, fez o relógio ficar em 17 minutos para meia-noite.
Porém, 3 minutos para a meia-noite é o mais próximo que o relógio chegou do Juízo Final, nos últimos 20 anos. Esperemos, então, por uma melhora num futuro próximo.
Fonte: IFL Science Foto: Reprodução / História em Cartaz