Quase todos nós somos capazes de diferenciar uma taça de champanhe de uma de vinho. Esta é a compreensão mais básica sobre os tamanhos, formas e finalidades de cada taça.

Mas quando se trata de ciência, qual a verdadeira razão por trás do uso de diferentes utensílios?

Em uma entrevista ao Mother Nature Network (MNN) uma especialista em vinhos, Nova Cadamatre, explicou os motivos – que estão puramente relacionados a uma melhor experiência de degustação.

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Para começar, a forma da taça de vinho faz diferença por quatro características relevantes:

Base

Impede o copo de tombar, o que é relevante quando falamos de vinhos de safras antigas e caros que, obviamente, não podem ser desperdiçados.

Haste

Serve para dois propósitos diferentes, o primeiro, de permitir que a pessoa segure o copo sem tocar na “bacia” da taça, pois pode correr o riso de aquecê-lo por meio da temperatura corporal.

E a segunda, para manter as mãos longe da borda, a fim de evitar contaminação por aromas e perfumes corporais e prejudicar o sabor da bebida.

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Bojo

Trata-se da “bacia” do copo, a parte de vidro onde o vinho é colocado. Os melhores copos possuem uma taça mais larga que permite um movimento de mistura mais adequado.

Esse redemoinho cria um vórtice no centro do vinho, e quando a pessoa coloca o nariz no copo, consegue sentir uma quantidade mais concentrada do aroma.

Deve-se ter em mente, que, para que isso aconteça, a taça não pode estar cheia.

Borda

Este é o ponto em que a pessoa faz contato com o vinho. Logo, quanto mais fina a borda, mais perfeita será a transição e percepção da bebida na boca. Afinal, a sensação do vidro será menor.

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Contudo, são recomendadas três taças diferentes para cada tipo de vinho: o vermelho, o branco e o espumante. 

Para os vinhos vermelhos, a dica é procurar taças de bojo grande e alto, que produzem um melhor redemoinho, além do aro estreito.

Para os brancos, o ideal é uma taça de tigela menor, mas ainda assim de borda fina. Por serem melhores servidos gelados, é extremamente recomendado o uso de taças com hastes,a fim de evitar o contato com a temperatura corporal.

Para os espumantes, são recomendadas as taças de bacia longa e estreita. A altura da haste permite que as bolhas fiquem dispersas por toda a bebida, evitando que ela perca mais rapidamente essa característica.

A altura da taça permite que as bolhas permaneçam em solução com mais facilidade. As bolhas são responsáveis por trazer o aroma para o topo do vidro, para que você possa sentir o cheiro sem precisar rodá-lo.

Por fim, segundo Cadamatre, o fato de a taça ser feita de cristal ou vidro não afeita o sabor do vinho, mas pode afetar a sua percepção.

O cristal é um material forte, então os aros podem ser mais finos, porém resistentes. Os copos de vidro geralmente têm bordas mais espessas, o que pode causar uma certa estranheza durante a degustação. O vidro também é mais frágil e quebra facilmente.

Fonte: MNN Fotos: Reprodução / MNN

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