Os pesquisadores resolveram o mistério do que acontece dentro do olho de um tornado.
Testemunhas relataram condições de congelamento e falta de oxigênio, semelhante às “zonas de morte” nos picos de altas montanhas. Georgios Vatistas, professor de engenharia na Concordia University em Montreal, no Canadá, resolveu o mistério com uma equipe de dois alunos de mestrado.
“À medida que as bolsas de ar se movem da periferia do vórtice em direção ao seu centro, as bolsas se expandem, trazendo assim a temperatura e a densidade para baixo”, disse ele. A pesquisa, que deve ser publicada na próxima edição do Journal of Aircraft do Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica, analisou os eventos de um tornado violento que afetou a cidade de Scottsbluff, em Nebraska no ano de 1955.
Durante esse tornado, três emissoras de rádio local estavam relatando ao vivo a cena quando tiveram que se abrigar em um edifício.Quando o turbilhão do furacão passou acima deles, o clima mudou.A temperatura caiu e, em seguida, ficou ainda mais frio.Eles também acharam difícil de respirar quando a pressão do ar caiu, causando uma redução na quantidade de oxigênio no ar.
Até agora, a causa dessas mudanças climáticas permaneceu sem explicação. Professor Vatistas, que é um especialista em tornados e os estuda desde 1984, foi capaz de aplicar uma abordagem analítica sobre o problema e construir um modelo matemático do que acontece durante um tornado.
Professor Vatistas e dois estudantes de mestrado, Badwal Gurpreet Singh e Rahul Rampal, descobriram que no caso do tornado da cidade de Scottsbluff de 1955, a temperatura dentro do turbilhão teria caído de uma temperatura de 27° C a 12° C.
No centro do tornado, os pesquisadores estimaram que a densidade do estaria 20% menor do que o encontrado em altitudes elevadas. “Isso é o que é conhecido como a ‘zona de morte’, a 8.000 metros de altitude, a partir de onde montanhistas não devem subir sem usar equipamento de assistência”, disse o professor Vatistas. É por isso que as equipes de rádio presentes no tornado Scottsbluff tinham dificuldade de respirar, mas o furacão passou rapidamente ninguém sofreu um episódio de asfixia.
“Espero que esta importante descoberta ajude os pesquisadores a entender melhor as muitas e misteriosas manifestações associadas a turbilhões atmosféricos violentos como tornados”, disse o professor Vatistas. O pesquisador ainda diz que o estudo ajudará os engenheiros a melhorar o funcionamento dos tubos de refrigeração, que são frequentemente usados no resfriamento de ferramentas de corte em máquinas, componentes eletrônicos e afins.
[ Daily Mail ] [ Fotos: Reprodução / Daily Mail ]