Mulher perde 90% da pele após tomar anticonvulsivo popular e processa marca em R$ 10 milhões

de Merelyn Cerqueira 0

Khaliah Shaw, uma universitária norte-americana de 26 anos, da Geórgia, recebeu uma prescrição médica para um medicamento chamado Lamotrigina, para tratar um caso de transtorno bipolar.

No entanto, poucas semanas depois, ela começou a desenvolver erupções cutâneas em todo rosto, ao passo em que sua pele começou a cair.

Levada às pressas a um hospital, ela foi diagnosticada com síndrome de Stevens-Johnson e colocada em coma para que os médicos conseguissem aliviar a dor.

Quando acordou, descobriu ter perdido cerca de 90% de sua pele, bem como todos seus cabelos. Obrigada a abandonar seus estudos na Georgia College and State University, ela agora está processando a companhia farmacêutica GlaxoSmithKline, responsável pela Lamotrigina, em 3 milhões de dólares (aproximadamente R$ 10 milhões). 

Shaw estava cursando pós-graduação em Saúde Pública quando foi diagnosticada com transtorno bipolar em 2013.

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Um mês após a administração do medicamento, começou a desenvolver sintomas de uma forte reação alérgica.

Embora tenha sido inicialmente diagnosticada com uma gripe, quando em um determinado dia acordou sentido fortes dores, bem como notou estar perdendo pele na região do rosto, boca, pescoço, costas e peito, ficou desesperada. “Eles imediatamente me colocaram em coma induzido, porque sabiam que ia ser realmente doloroso”, disse.

Quando acordou, cinco semanas depois, ficou chocada ao descobrir que estava parcialmente cega, sem cabelos nem unhas e coberta de cicatrizes e feridas.

Ela teve seus olhos tratados por um especialista, a fim de limitar danos a longo prazo. Também, como começou a sofrer com convulsões, foi pedido que realizasse terapias físicas e ocupacionais. Então, sete semanas depois de ter sido internada, finalmente pôde ir para casa.

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Agora, ela e muitos outros consumidores estão processando a gigante farmacêutica por promover o produto sem aviso dos riscos, alegando ter gasto mais de US$ 3,54 milhões em custos médicos até o momento. “Isso não tem que acontecer”, disse Shaw em entrevista à 11Alive.com.

“Este não foi apenas um acaso, na minha opinião. Isso aconteceu como resultado direto do erro de alguém”.

Lamotrigina

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A Lamotrigina, genérico da droga Lamictal, é aprovada nos EUA pela FDA (Food and Drug Administration) para tratamento de convulsões parciais em pacientes epiléticos, bem como transtorno bipolar.

Trata-se de um medicamento controlado, e os pacientes devem ser advertidos sobre potenciais reações graves na pele, tais como as causadas pela síndrome de Stevens-Johnson.

O que é a síndrome de Stevens-Johnson?

Segundo informações da Mayo Clinic, a síndrome de Stevens-Johnson é um distúrbio raro que começa com sintomas parecidos com os da gripe.

Trata-se de uma reação a medicamentos que pode ser fatal. Estes são seguidos de erupções dolorosas e avermelhadas na camada superior da pele.

A síndrome é uma forma de necrólise epidérmica tóxica, tipicamente causada por uma reação a uma droga ou infecção, podendo ser fatal.

O tratamento centra-se em eliminar a causa subjacente, controlando os sintomas e minimizando as complicações.

A recuperação de um paciente pode levar de semanas a meses, dependendo da gravidade. A síndrome também já foi associada a outros anti-inflamatórios esteroides, como Allopurinol, Fenitoína, Carbamazepina e outros anticonvulsivos. Com informações do Daily Mail.

Fonte: DailyMail Fotos: Reprodução / DailyMail

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