Luzes de LED não prejudicam a natureza e atraem menos insetos

de Merelyn Cerqueira 0

Os diodos emissores de luz, mais conhecidos como LEDs, estão reduzindo as emissões de dióxido de carbono ao passo que também levam luz a milhões de pessoas que anteriormente não podiam pagar nada melhor do que lampiões de querosene.

Ainda, outra característica desses modelos é que eles atraem menos insetos, de acordo com informações da IFLScience. Os LEDs estão presentes desde a década de 1960, mas, inicialmente, só existiam em longos comprimentos de onda. A descoberta de uma versão azul abriu a possibilidade de luz que mais se aproximava dos modelos com que estamos acostumados, e que renderam aos inventores dos diodos emissores de luz azul o Prêmio Nobel de Física em 2014.

Então, em um estudo publicado em Ecology and Evolution, Dr. Andy Wakefield, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, decidiu investigar como que os insetos respondiam aos diferentes tipos de luzes. Ele descobriu que os LEDs atraíam um quarto do número de insetos em comparação com as lâmpadas tradicionais de brilho semelhante e metade das fluorescentes compactas.

O estudo foi realizado em 18 regiões do sudoeste da Inglaterra, onde os insetos atraídos pelas luzes são meramente um incômodo, mas não perigosos. Wakefield esperava que os mosquitos portadores de doenças, presentes em países tropicais, estivessem igualmente desinteressados pela nova tecnologia. Ele foi estimulado pela observação de que a diferença de atração era particularmente grande entre as chamadas moscas Culicoides, cujos parentes de espécie podem transmitir doenças.

Os LEDs de “luz branca”, representam uma combinação de vários tipos diferentes em um espectro visível, são muito mais eficientes do que outras luzes, economicamente viáveis e ainda reduzem a emissão de dióxido de carbono. Essa eficiência está, principalmente, na emissão de pequenas quantidades de calor, enquanto as luzes incandescentes transformam a maior parte na energia que consomem em calor.

Ficamos surpresos com o número de moscas atraídas pelas tradicionais luzes de tungstênio”, disse Wakefield. “Nós não sabemos por que isso ocorre, mas sabemos que alguns insetos usam sinais térmicos para encontrar hospedeiros de sangue quente durante a noite, então talvez eles tenham sido atraídos pelo calor emitido pelo filamento”.  Por outro lado, as luzes de LED utilizadas no experimento, apresentaram menor atratividade para insetos.

Embora a pesquisa em questão tenha sido apoiada por uma fabricante de LED, outros estudos já haviam estabelecido a vantagem dos modelos.

Os autores, no entanto, expressaram uma certa preocupação em relação ao baixo custo de alimentação dessas luzes, o que poderia levar ao uso em circunstâncias em que não são realmente necessárias, o que poderia interferir no comportamento de animais noturnos.

[ IFL Science ] [ Foto: Reprodução / Pixabay ]

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