Homem tem perfuração no pulmão por uso de cigarro eletrônico e faz alerta sobre riscos

Depois de perfurar o órgão e ir à UTI pelo uso constante dos chamados “vapes”, bancário alerta sobre os perigos de usar o dispositivo eletrônico

de Redação Jornal Ciência 0

Allan Douglas, 30 anos, gerente de banco, foi hospitalizado quando seu pulmão foi perfurado por seu uso diário de cigarros eletrônicos — também chamados de “vapes”.

Uma tomografia computadorizada verificou os danos ao órgão, e ele foi internado no hospital por onze dias, três dos quais passados na Unidade de Cuidados Intensivos (UTI).

Em declaração à imprensa, Douglas disse que vinha usando cigarros eletrônicos há 5 meses, mas apenas ocasionalmente. Ele começou a fumar todos os dias durante 2 semanas enquanto estava de férias no Rio de Janeiro.

Foi então que desenvolveu tosse seca e severas dores. Ao sentir falta de ar e ficar sem fôlego, foi ao hospital onde rapidamente foi levado à UTI. Segundo Douglas, o médico foi enfático ao afirmar que, se não tivesse plano de saúde, certamente teria morrido por infecção bacteriana.

Douglas afirmou ainda à imprensa que sempre fumou cigarros normais, mas começou fumar cigarros eletrônicos há poucos meses, somente aspirando, sem tragar a fumaça — que geralmente tem cheiro agradável.

Em suas redes sociais, o banqueiro publicou foto de quando foi hospitalizado, alertando a atenção de seus amigos para os riscos dos chamados “vapes”. “Não queira passar pelo que passei, foi uma lição de vida, alerte seu amigo”, escreveu ele.

Os perigos do cigarro eletrônico

Muitos fumantes mudam para cigarros eletrônicos como um substituto aos cigarros tradicionais, embora isso não tenha nenhum efeito benéfico à saúde como a maioria pensa.

Os chamados “vapes” incluem produtos químicos tóxicos para as mucosas durante o processo de aquecimento para gerar fumaça. Mesmo os que não possuem nicotina líquida, são prejudiciais.

As principais substâncias usadas nos líquidos são o propilenoglicol e a glicerina. Ambas não são prejudiciais se ingeridas, mas quando transformadas em fumaça, são inaladas e se tornam tóxicas. Além disso, existem outras substâncias que conferem sabor.  

Um estudo publicado em 2018 na revista PLoS Biology mostra que os cigarros eletrônicos ou “vapes” podem ser mais prejudiciais à saúde do que o próprio tabaco.

Recentemente, houve nos EUA uma explosão de casos de EVALI — sigla em inglês para denominar doença pulmonar associada ao uso dos cigarros eletrônicos (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury).

Os médicos norte-americanos citam que antes da hospitalização, os sintomas mais são dificuldade para respirar e dor no peito. Dores de estômago, vômitos e diarreia, assim como febre, calafrios e perda de peso, geralmente vêm mais tarde e são mal diagnosticados como doença semelhante à gripe ou “virose”.

Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíba a venda do produto, ele está se tornando cada vez mais popular entre os jovens brasileiros e são encontrados facilmente em tabacarias pelo país, lojas diversas, mercados e, principalmente, na internet.

Imagem de Capa: Reprodução / Redes Sociais

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