Estes construtores bateram em algo duro enquanto escavavam, e o que eles encontraram é surpreendente

de Merelyn Cerqueira 0

Em 2011, enquanto trabalhavam nas proximidades da rodovia Pan-Americana, que corta o deserto do Atacama, no Chile, construtores civis tropeçaram no que viria ser um grande achado arqueológico.

Tratava-se de um grande cemitério de baleias, com fósseis de pelo menos 40 animais marinhos, incluindo uma preguiça aquática e uma espécie extinta de cachalote, que se amontoaram ali desde o período Mioceno, entre 6 e 9 milhões de anos atrás. 

Paleontólogos do Instituto Smithsonian chegaram a estudar os esqueletos bem preservados das baleias fossilizadas, a fim de descobrir por que elas teriam morrido.

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O local foi rotulado como “Cerro Ballena”, ou “Colina das Baleias”, e curiosamente está localizado a cerca de 120 metros acima do nível do mar. 

De acordo com Nick Pyenson, responsável pela seção de fósseis de mamíferos marinhos do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian, a maioria dos animais estavam de barriga para cima, o que sugere que morreram no mar ou pouco tempo depois de terem encalhado ali. 

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Pesquisadores do laboratório do Programa de Digitalização do Instituto Smithsonian, utilizaram lasers de alta resolução e scanners de médio alcance para documentar todo o sítio de Cerro Ballena, considerado um dos mais completos do mundo e o que detém o maior número de baleias e outros mamíferos. 

Evidências sugeriram que os encalhes em massa haviam ocorrido não uma vez, mas diversas vezes ao longo de 16 mil anos. Assim, à medida que os animais morriam, seus corpos eram soterrados pelos sedimentos.

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As descobertas foram publicadas em um artigo da Royal Society Journal. Os cientistas afirmaram que a causa das mortes foi envenenamento por ingestão ou aspiração de algas venenosas. 

A região em que se encontra Cerro Ballena, no Atacama, é conhecida há anos como um importante sítio arqueológico, uma vez que possui uma grande concentração de fósseis.

Jornal Ciência