Conheça 3 formas de uma pessoa tornar-se uma quimera!

de Merelyn Cerqueira 0

A notícia de que a Ciência tem a intenção de criar quimeras a partir da mistura de humanos e animais tem gerado uma grande controvérsia, além de evocar ideias que, sobretudo, remetem à história do Dr. Frankenstein. Apesar de haver uma série de quimeras feitas pela própria natureza, há exemplos que já existem e foram feitos pelo homem.

Essencialmente, uma quimera é um organismo único constituído por células de dois ou mais indivíduos – isto é, que com dois conjuntos DNA cujos códigos podem formar organismos separados, segundo informações da Live Science.

Gêmeos bivitelinos

Essa ocorrência também pode ser observada em humanos. Por exemplo, uma maneira natural de acontecer é quando um feto absorve seu irmão gêmeo. Isso ocorre com gêmeos não idênticos. Se um dos embriões acaba morrendo durante a gravidez, algumas de suas células podem ser “absorvidas” pelo outro. O feto restante, então, terá dois conjuntos de células: seu conjunto original e o do irmão.

Essas pessoas, muitas vezes, sequer sabem que são quimeras. Em 2002, por exemplo, agências de notícias em todo o mundo relataram a história de Karen Keegan, que precisava de um transplante de rim e foi submetida a testes genéticos, juntamente com sua família, para ver se algum dos membros poderia se tornar doador. No entanto, descobriu-se que, geneticamente, Keegan não poderia ser a mãe de seus filhos. O mistério foi solucionado quando os médicos descobriram que a mulher era uma quimera – o conjunto de DNA de suas células sanguíneas era diferente do presente nos outros tecidos do corpo.

Transplante de medula óssea

Outra forma de um humano se tornar uma quimera é quando passa por transplante de medula óssea. Durante o procedimento – utilizado, por exemplo, no tratamento da leucemia – uma pessoa terá sua medula destruída e substituída pela do doador. A medula óssea contém células estaminais (tronco), que se desenvolvem em células vermelhas do sangue. Isto significa que, durante todo o resto de sua vida, o transplantado terá células sanguíneas geneticamente idênticas às do doador e diferente das que originalmente estavam em seu corpo.

Em um artigo de 2004, publicado na revista Bone Marrow Transplantation, foi relatado um caso de transfusão de sangue que temporariamente deu ao paciente as células do doador. Contudo, de acordo com o Tech Museum of Innovation, em San Jose, Califórnia, nos casos de transplante de medula óssea, as novas células sanguíneas são permanentes. 

Microquimerismo

As pessoas podem desenvolver um fenômeno chamado microquimerismo – quando uma pequena fração de suas células são de um doador. Isso pode ocorrer quando uma mulher fica grávida e um pequeno número de células do feto acaba migrando para seu sangue e viajando para diferentes órgãos.

Um estudo realizado em 2015, sugeriu que isso ocorre com quase todas as mulheres, pelo menos temporariamente. Os pesquisadores testaram amostras de tecido dos rins, fígado, baço pulmões, coração e cérebro em 26 mulheres que morreram durante a gravidez, imediatamente após o parto ou um mês depois. Eles verificaram que todas elas tinham células fetais em todos os tecidos analisados. Sabia-se que eram provenientes do feto, e não de uma matriz, porque as células continham o cromossomo Y (encontrado apenas nos homens) e todas elas estavam carregando meninos.

Em outros casos, as células fetais podem permanecer no corpo da mulher por anos. Em um estudo realizado em 2012, pesquisadores analisaram o cérebro de 59 mulheres – após terem morrido -, com idades entre 32 e 101 anos. Eles descobriram que 63% delas tinham vestígios de DNA masculino no cérebro, proveniente de células fetais. A mais velha delas a possuir evidências tinha 94 anos, o que sugere que tais células podem permanecer no corpo por toda a vida.

[ Live Science ] [ Foto: Reprodução / Fim do Mundo BR ]

Jornal Ciência