Cientistas montaram uma centrífuga apenas com papel e elástico

de Julia Moretto 0

Pesquisadores desenvolveram uma centrífuga barata feita de papel que pode ser usada para fazer exames de doenças como malária, por exemplo.

O dispositivo, chamado de “Paperfuge”, custa cerca de US$ 0,20 e pode ser feito com materiais encontrados em áreas remotas. Ele não requer qualquer eletricidade para uso, tornando-se perfeito para os médicos em campo. Seus componentes são: papel, elástico e graxa.

Em um contexto de saúde global, centrífugas comerciais são caras, volumosas e requerem eletricidade. Portanto, constituem um problema crítico no desenvolvimento de dispositivos de diagnóstico descentralizados“, escreveu a equipa liderada por Manu Prakash, da Universidade de Stanford. As centrífugas tradicionais são grandes, pesadas e caras. Além disso, pessoas que vivem em comunidades isoladas – exatamente onde doenças tropicais são mais prevalentes – podem ter dificuldades para encontrá-las.

Sem um hospital próximo, os médicos não conseguem analisar amostras com rapidez e precisão, colocando essas populações em maior risco caso não sejam tratadas. A equipe de Stanford descobriu uma maneira de fazer uma centrífuga barata. A inspiração foi um brinquedo antigo. “Para fazê-lo funcionar, um disco circular é girado puxando as cordas que passam pelo centro. O aparelho funciona com o mesmo princípio, que os pesquisadores descrevem como um oscilador não-linear“, explicou um dos especialistas.

Aplicar força às alças desenrola as cordas, resultando na rotação do disco central. Uma vez que as cordas são completamente desenroladas, começam a rebobinar, fazendo o círculo girar para o outro lado.

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A equipe construiu o aparelho com papel, fios de pesca, madeira, tubos de PVC e canudinhos. Usando esses materiais, a equipe mostrou que é possível criar uma centrífuga com itens encontrados pelas aldeias. O Paperfuge atinge velocidades de 125.000 rotações por minuto (RPM), com limites teóricos de 1.000.000 RPM“, escreveu a equipe.

Os pesquisadores esperam produzir o Paperfuge usando uma impressora 3D, e o custo será de cerca de 20 centavos de dólar cada (em torno de R$ 0,64). “A simplicidade de fabricação nosso dispositivo permitirá a distribuição em massa imediata de uma solução urgente no campo“, escreve a equipe. “Em última análise, nosso trabalho atual serve como um exemplo de ciência frugal: alavancar a física complexa de um brinquedo simples para aplicações de saúde global.” Confira o vídeo abaixo para ver o dispositivo em ação:


[ Science Alert ] [ Fotos: Reprodução / Science Alert ]

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