As amígdalas podem crescer novamente após cirurgia de remoção?

de REDAÇÃO JORNAL CIÊNCIA 0

Uma coisa que poucas pessoas sabem é que, mesmo depois de ter as amígdalas removidas cirurgicamente, elas podem voltar a crescer. As amígdalas são esferas de tecido linfoide que ficam na parte de trás da garganta. Em crianças, as amígdalas são úteis para o sistema imunológico, combatendo infecções.



Em geral, elas possuem o papel de criar anticorpos que nos ajudam a combater bactérias específicas, sendo um aliado do sistema imunológico. Sua localização estratégica na boca permite “perceber” todas as bactérias que entram no corpo, seja por alimentos ou pelo ar.

Para alguns cientistas, durante a fase adulta, as amígdalas desempenham um papel considerado “insignificante” ou muito pequeno no sistema imunológico.

Até meados de 1970, era pouco conhecida a verdadeira função e importância das amígdalas, e a cirurgia para retirá-las tornou-se muito comum para evitar as amigdalites.

Na verdade, a inflamação das amígdalas ocorre justamente quando o órgão entra em contato com bactérias e tenta nos ajudar, defendendo o organismo. Mas, infelizmente, em algumas pessoas essas inflamações são constantes — causando desconforto.

Há duas razões pelas quais as amígdalas podem, um dia, retornar. A primeira é que o cirurgião acidentalmente tenha deixado uma parte do tecido para trás. A segunda é que o cirurgião deixou parte do tecido de forma intencional.

A cirurgia completa, feita corretamente, remove todo o tecido e as chances de o órgão voltar a crescer são pequenas — ou quase nulas. Mas, há um desafio em sua remoção, que pode causar os raros casos de retorno de amígdalas.

“As amígdalas misturam-se com a parte de trás da língua na parte inferior da garganta, e nem sempre existe uma nítida distinção de onde a amígdala termina. Então, seria possível deixar um pouco de tecido no local”, disse o Dr. Richard Rosenfeld, presidente da otorrinolaringologia da SUNY Medical Center em entrevista a revista Mental Floss.

Atualmente, é possível controlar amigdalites recorrentes com o uso de antibióticos, evitando assim um processo cirúrgico. Em geral, costuma-se realizar a amigdalectomia somente em casos especiais onde os antibióticos já não conseguem ajudar, ou a critério médico.

Alguns médicos são contra a total retirada do órgão e geralmente fazem as cirurgias quando o paciente possui amígdalas grandes o suficiente para interferirem em sua respiração.

Outros cirurgiões apenas reduzem o tecido tonsilar em vez de tentar remover as amígdalas completamente. Sugere-se que esta técnica poderia facilitar o processo de recuperação, embora não haja consenso entre os médicos.

A desvantagem da técnica de reduzir o tamanho do tecido é que as amígdalas podem voltar a crescer — frustrando alguns pacientes.

Apesar de raro, o retorno é mais provável de acontecer quando as amígdalas são removidas em crianças cujos tecidos linfoides ainda estão crescendo.

O Dr. Richard Rosenfeld disse que são pequenas as chances de amígdalas voltarem a crescer completamente em pacientes adultos, sendo considerado algo raro. Ele ainda citou que é mais fácil que a adenoide (órgão linfoide da cavidade nasal) cresça novamente após sua retirada do que as amígdalas.

As adenoides estão espalhadas em toda a sua cavidade nasal, e geralmente são removidas quando possuem volume suficiente que prejudique a respiração, mas os cirurgiões não podem removê-las por completo porque existe a possibilidade de crescimento espalhado com os restos de tecidos deixados para trás.

Fonte(s): Mental Floss Imagens: Reprodução / Medical News Today / Coastal Ear Nose & Throat

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