Adenocarcinoma: Tumor maligno descoberto em Preta Gil é o segundo mais comum em mulheres

A cantora recebeu o diagnóstico de câncer de intestino (câncer de cólon ou colorretal) após ficar 6 dias internada para descobrir a causa dos sintomas. Entenda as características deste tipo de câncer que vitimou o ex-jogador Pelé

de Redação Jornal Ciência 0

A cantora Preta Gil, 48 anos, informou através de comunicado pelo Instagram, que foi diagnosticada com adenocarcinoma — um tipo maligno de câncer no intestino — após ficar 6 dias internada no Rio de Janeiro para averiguar os sintomas.

Na publicação (ver abaixo), ela informou ter um “adenocarcinoma na porção final do intestino” e que começará o tratamento na próxima segunda-feira (16/01).

O que é adenocarcinoma?

É um tumor maligno (câncer) que pode surgir em diversas partes do corpo. Afeta os tecidos epiteliais glandulares, podendo acometer órgãos como pulmão, mama, próstata, trato gastrointestinal, incluindo a porção final do intestino grosso — caso que afeta Preta Gil.

É um dos mais comuns no Brasil e no mundo. De acordo com dados oficiais, o adenocarcinoma é o segundo tipo de câncer que mais afeta mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama.

Nos homens, é o terceiro mais comum, ficando atrás apenas do câncer de próstata e pulmão, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva.

Em termos gerais, os médicos consideram que quase 95% dos casos de adenocarcinomas na porção final do intestino (intestino grosso) são chamados de câncer colorretal ou câncer de cólon. São assim denominados todos os tumores que surgem no cólon, reto e ânus.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que no Brasil são 45.000 diagnósticos e 20.000 óbitos por ano, entre homens e mulheres, diagnosticados com este tipo de câncer. Este foi o tipo de câncer causador da morte do ex-jogador Pelé.

Existem outros tipos de adenocarcinomas que afetam a porção final do intestino grosso, mas muito raros, como os tumores neuroendócrinos ou o tumor estromal gastrointestinal (GIST).

Fatores de risco para câncer colorretal

Em entrevista à imprensa, a Dra. Renata D’Alpino, oncologista do Centro Paulista de Oncologia, em São Paulo, especialista em tumores gastrointestinais, disse que está ocorrendo um aumento deste tipo de câncer em pacientes com menos de 50 anos, especialmente sedentários e obesos.

Os principais fatores de risco são a obesidade, idade superior a 50 anos e alimentação não saudável, especialmente focada em carnes ultraprocessadas: salsichas, presunto, salame etc.

Existem vários estudos que associam o consumo deste tipo de alimento industrial com desenvolvimento de câncer ou problemas inflamatórios nos intestinos.

O consumo excessivo de carne vermelha (considera-se o limite de 500 gramas por semana) também está associado com a maior probabilidade em desenvolver câncer colorretal. Consumo excessivo de álcool e tabagismo contribuem.

Outras condições de saúde, como doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa crônica e a doença de Crohn, podem aumentar os riscos de tumor no intestino.

Tem tratamento?

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) afirma ser uma doença tratável e, frequentemente, curável. Em geral, retira-se a parte do intestino afetada pelo tumor. Se necessário, a cirurgia é acompanhada de quimioterapia e radioterapia.

Os médicos salientam que o diagnóstico precoce é crucial para um bom tratamento, já que em casos de metástase — quando o câncer se espalha — as chances de cura são muito reduzidas.

Principais sintomas de adenocarcinoma intestinal

Sangue nas fezes, desconforto ou dor na região abdominal, anemias constantes, fraqueza, alteração no formato das fezes (que tornam-se finas e compridas), sensação de uma “massa” no abdômen, dor anal e mudança no comportamento intestinal (constantes diarreias alternadas com prisão de ventre), são os principais sintomas que devem ligar o sinal de alerta.

Mas, é importante salientar que nos estágios iniciais, o câncer de cólon não costuma apresentar sintomas, por isso é importante a realização de exames de rotina e preventivos, de acordo com a idade e indicação médica — como por exemplo, colonoscopia e exame de sangue oculto nas fezes.

Fonte(s): Hospital Santa Lúcia / Exame / O Tempo / Estado de Minas Imagem de Capa: Reprodução / Instagram

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