Há mais oxigênio no núcleo da Terra do que se pensava inicialmente, aponta novo estudo

de Bruno Rizzato 0

A afirmação de que o núcleo da Terra possui mais oxigênio do que se acreditava foi feita pelo geólogo Rick Ryerson, do Laboratório Nacional de Lawrence Livermore, nos EUA, e por colegas internacionais. Eles fizeram novas descobertas sobre o núcleo e o manto da Terra, considerando suas assinaturas geofísica e geoquímica juntas. A pesquisa fornece pistas sobre as origens da formação da Terra.

Com base na maior concentração de oxigênio do núcleo, a equipe de Ryerson concluiu que a Terra deve ter acrescido material de asteroides, por exemplo, por ser mais oxidada do que o manto atual. Estes materiais são chamados de planetesimais, materiais formados por gelo, rocha ou poeira de origem espacial.

A Terra formou-se há cerca de 4,56 bilhões de anos, durante um período de acréscimo de embriões planetários e planetesimais. A energia fornecida pelos impactos progressivamente maiores criaram a camada exterior da Terra e um oceano de magma. A formação do núcleo da Terra deixou rastros para geofísicos e geoquímicos. No passado, eles focaram na busca por modelos de formação do núcleo para resolver sua evolução e composição do manto, separadamente, em vez de procurar uma solução conjunta.

Ao combinar petrologia experimental, geoquímica, física mineral e sismologia, a equipe descobriu que a formação do núcleo ocorreu em um quente oceano de magma, moderadamente profundo, com profundidade de até 1.800 quilômetros, em condições mais oxidadas do que hoje em dia. “Este novo modelo está em desacordo com a crença atual de que a formação do núcleo ocorreu sob condições de redução”, disse Ryerson. “Em vez disso, descobrimos que o oceano de magma da Terra começou oxidado e tornou-se reduzido ao longo do tempo graças à incorporação de oxigênio ao núcleo”, acrescentou.

Eles descobriram que as concentrações de oxigênio no núcleo são maiores do que se pensava anteriormente e as concentrações de silício são mais baixas do que as estimativas anteriores, dando mais pistas sobre a origem do planeta.

[ Science Daily ] [ Foto: Reprodução / Physique Antoine Pitrou / Institut de Physique du Globe de Parise ]

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