Voo Varig 967: Após 44 anos, permanece o mistério do avião brasileiro que desapareceu com obras de arte

de Redação Jornal Ciência 0

O sumiço de aeronaves é um incidente de características muito raras. No entanto, é algo que já aconteceu com empresas aéreas brasileiras, mais especificamente a Varig, em 1979.

Tudo começou quando o Boeing 707-323C, trazendo o voo 967, decolou no dia 30 de janeiro de 1979 do aeroporto de Narita, em Tóquio, Japão, para fazer uma escala nos EUA, antes de pousar finalmente no Rio de Janeiro.

O avião transportava, além de seus passageiros, 153 quadros do pintor Manabu Mabe, que estavam expostos no Japão e, à época, valiam cerca de 1,24 milhão de dólares — uma fortuna absurdamente alta para os padrões econômicos daquela década.

O último contato feito pela aeronave foi 22 minutos após a decolagem, em que o comandante Gilberto Araújo Silva afirma que tudo transcorria bem.

No entanto, um segundo contato esperado uma hora mais tarde não aconteceu e o avião desapareceu de todos os radares enquanto sobrevoava o Oceano Pacífico.

Apesar das buscas intensas realizadas no mar, nunca foram encontrados corpos, parte da fuselagem, manchas de óleo ou qualquer outra pista que indicasse a queda do avião.

As investigações, após não encontrarem absolutamente nada, concluíram que a aeronave teria afundado no Oceano Pacífico, 45 minutos após a decolagem devido a um problema de despressurização.

Contudo, a falta de informações levou ao surgimento de diversas teorias da conspiração. Uma delas, por exemplo, afirma que o voo 967 teria sido vítima de um sequestro organizado por colecionadores de arte, uma vez que o porão do avião estava repleto de quadros valiosos.

O problema, no entanto, é que até hoje nenhuma das obras foram colocadas à venda no mercado ilegal. Como as obras de arte nunca apareceram e jamais foram vendidas — pelo menos até o momento —, podemos concluir que essa teoria pode ser falsa.

Outra teoria sugeria que o avião teria sido abatido por soviéticos que acreditavam que o avião estava camuflado, e levava obras de arte como “pretexto”, mas na verdade estaria transportando um avião caça russo que havia sido capturado e desmontado pelos EUA meses antes.

À época, quem acreditava nessa possibilidade, imaginava que o avião teria sido obrigado a fazer um pouso forçado em alguma parte da costa da Rússia e, claro, toda a tripulação teria sido assassinada.

Indo um pouco além, evidentemente para apimentar ainda mais as teorias conspiratórias, há hipóteses de que o avião tenha sido abduzido por naves extraterrestres atravessando um portal para outra dimensão — cientificamente seria incrível se estivéssemos neste patamar de conhecimento ou realidade, mas por hora isso fico apenas na imaginação de roteiristas de cinema.

Entretanto, a teoria mais plausível aponta que após alcançar altitude, uma despressurização da cabine (quando o ar escapa por conta de um vazamento na fuselagem e a atmosfera interna artificial é prejudicada) teria provocado o sufocamento de toda a tripulação e passageiros — mesmo sendo a mais lógica para dedução, ainda sim é apenas uma teoria.

Se a teoria acima estiver correta, desta forma, sugere-se que a aeronave teria voado por horas no piloto automático (e com todos mortos, ninguém respondeu aos sinais de rádio), até que ficou sem combustível e caiu no oceano.

Esse é o maior mistério da aviação brasileira que, após 44 anos, parece que jamais será explicado.

Fonte(s): Aviation Safety Network Imagens: Reprodução / Aviation Safety Network

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