Rapaz foi aprisionado pela própria mãe durante 8 anos para ser usado como escravo sexual

O rapaz apareceu repentinamente na semana passada, revelando todo o horror dos abusos sofridos ao longo de anos onde a mãe o forçava a ser o “papai” e seu “marido”

de Redação Jornal Ciência 0

Na imagem de capa está Rudy Farias (coberto pelo lençol branco), vítima de um falso sequestro aos 17 anos, sendo amparado pelo ativista comunitário Quanell, após ser resgatado.

Ele apareceu na quarta-feira da semana passada após ficar 8 anos desaparecido. O caso ocorreu nos EUA, em Houston, Texas. Hoje, aos 25 anos de idade, as autoridades investigam o horror dos detalhes de seu desaparecimento.

O ativista Quanell, em entrevista à imprensa local, compartilhou detalhes sobre as declarações que Rudy Farias deu aos policiais durante o interrogatório. As falas causaram repúdio e uma avalanche de posts com dúvidas, acusações e questionamentos.

“Ela pedia para ele brincar de ser o papai. Ela dizia que ele tinha que ser o marido”, afirmou Quanell.

Sua mãe, Janie Santana, mentiu durante quase uma década, escondendo seu filho dizendo estar desaparecido, enquanto o abusava sexualmente, secretamente em sua casa.

Farias desapareceu em 2015, e foi encontrado recentemente, inconsciente, na frente de uma igreja, coberto de hematomas e cortes pelo corpo. Quem o encontrou foi sua mãe, mas agora a polícia questiona completamente esse “aparecimento repentino”. 

A mãe pediu que o ativista Quanell e os investigadores fizessem uma “reunião” em um quarto de hotel, juntamente com o filho, para “explicar” a situação.

Segundo o site de notícias KHOU, em reportagem do New York Post, Quanell e um policial conseguiram escutar todo o relato da vítima apenas quando os outros policiais decidiram separá-lo de sua mãe, colocando-a em outro quarto.

“Ouvi coisas horríveis daquele jovem. E eu não queria que ele me olhasse chorando, mas não consegui segurar as lágrimas por causa das coisas que ele estava dizendo para nós — eu e o detetive. Nenhuma criança deveria ser tratada assim por sua própria mãe”, disse Quanell.

Durante entrevista à FOX 26, a mãe contou (fora das câmeras) que seu filho (que parece ter algum grau de deficiência cognitiva) havia sido sequestrado e levado para o México há 8 anos antes dele finalmente ter “encontrar o caminho de casa”.

Ela disse que tentou interromper o interrogatório de seu filho com a polícia porque ele havia passado por muita coisa e não estava de acordo com as perguntas que os policiais faziam, por ser um momento de estresse.

O ativista Quanell decidiu falar abertamente sobre as declarações de Rudy Farias pelo estarrecimento das acusações.

Sua mãe o forçava a dormir na cama com ela, completamente sem roupas, e dava drogas alucinógenas à base de cogumelos e diversas outras substâncias, constantemente.

Ele também era obrigado a ficar trancado em um quarto e apenas recentemente teve forças de enfrentar a tortura psicológica da mãe e fugir porque queria sair da situação de escravidão.

Quanell contou ainda que a mãe o fazia dormir na cama alegando que brincariam de “papai”, onde ele cumpriria o papel de marido. Em algumas situações ele se escondia debaixo da cama, mas ela sempre o obrigava, dizendo que precisava cumprir o papel de marido.

A mãe ainda o vigiava no banheiro e dava ordens para que ele desse banho nela. Segundo o depoimento, ele fugiu durante dois dias em 2015, enquanto passeava com os cachorros, mas voltou para casa 2 dias depois.

“Foi então que ela disse a ele que tinha que se esconder ou teriam problemas e ele seria preso por fugir”, comentou Quanell.

Vizinhos disseram à KTRK que viam Farias pelas redondezas e que ficaram chocados quando souberam que ele era considerado desaparecido há quase 10 anos.

Ele era conhecido como Dolph, uma abreviação para Rudolph. Quanell afirmou que no depoimento, a vítima disse que tinha permissão para visitar vizinhos, mas usando nome falso porque sua mãe sentia que havia passado tempo suficiente para que as pessoas esquecessem do desaparecimento.

A polícia, no entanto, prefere não confirmar as afirmações de Quanell e emitiu nota dizendo apenas que o assunto está sob investigação e não comenta detalhes sobre interrogatórios.

Até o momento, 4 investigadores particulares, que fizeram parte de uma rede de voluntários e que trabalharam durante anos no caso, disseram em entrevista à Insider que a mãe mentiu para eles durante todo esse tempo sobre os detalhes do desaparecimento.

A imagem que sua mãe deu para as buscas era de quando ele tinha 14 anos e não 18, mentindo para ludibriar as investigações. Foto: Reprodução / Facebook

Desde o início, ela deu a data de nascimento errada, disse que tinha 18 anos quando desapareceu e deu fotos antigas para serem usadas nos panfletos. Ela ainda forjou o aparecimento de uma mochila, com remédios para asma e mentiu ao confirmar ser dele. A polícia, posteriormente, provou não ser de Rudy Farias, já que ele nunca teve asma.

Quando tantas contradições, mentiras e situações forjadas que não se encaixavam começaram a aparecer, além da polícia não demonstrar interesse, isso fez com que os investigadores voluntários abandonassem o caso.

“Tenho forte pressentimento de que ele foi uma grande vítima. Eu sei que ele tinha necessidades especiais. É uma situação muito triste”, disse um dos investigadores particulares à Insider.

Eles acreditam que uma trama ainda mais obscura pode surgir, já que a polícia à época não parecia interessada em investigar o caso. “Há muito, muito mais neste caso. O Departamento de Polícia de Houston, quando trabalhamos nele, simplesmente não estava interessado. É verdade”, afirmou Barbara Renteria. 

Fonte(s): New York Post / Insider Imagem de Capa: Reprodução / New York Post Foto(s): Reprodução / ABC13Brooke via Twitter

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