A Organização Mundial da Saúde (OMS) está correndo contra o tempo para um acordo crítico, conforme revelado pelo diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus.
Este acordo é visto como crucial para a preparação global contra futuras pandemias, mas a organização enfrenta obstáculos significativos para sua finalização.
Em um painel no Fórum Econômico Mundial em Davos, Ghebreyesus destacou a necessidade de maior cooperação internacional para conter surtos antes que eles se tornem pandemias globais, alertando que o próximo surto pode ser causado por uma doença 20 vezes mais mortal que a Covid-19.
A lição aprendida com a Covid-19, segundo ele, é que o mundo estava despreparado para um evento dessa magnitude, e isso não pode se repetir.
A OMS atualmente se prepara para enfrentar a chamada Doença X, um patógeno hipotético potencialmente tão perigoso quanto o Ebola ou SARS. Esse esforço faz parte de um conjunto de ações destinadas a fortalecer as defesas globais contra novos agentes patogênicos.
A pandemia de Covid-19, que causou mais de 7 milhões de mortes, segundo dados da OMS, sublinhou a importância deste trabalho. Ghebreyesus expressou preocupação com a possibilidade de os Estados membros não cumprirem seus compromissos e com as várias questões pendentes que ainda precisam ser resolvidas.
Ele enfatizou que falhar em concretizar o acordo seria uma oportunidade perdida, cujas consequências as futuras gerações podem não perdoar.
A OMS já conseguiu um acordo semelhante apenas uma vez em sua história de 75 anos, com o tratado de Controle de Tabaco em 2003. Especialistas acreditam que, infelizmente, o novo tratado pode levar até 7 anos para que todas as nações entrem em acordo para assiná-lo.
Ghebreyesus acrescentou que é necessário um plano para doenças desconhecidas que possam surgir, daí a criação do termo Doença X, que serve como um espaço reservado para um patógeno desconhecido — mas que irá surgir em algum momento, inevitavelmente.
Entre os esforços da OMS estão o estabelecimento de um centro de alerta precoce em Berlim e um centro de vacinas na África do Sul, ambos voltados para a resposta rápida a futuros surtos.
A organização foi criticada por sua reação lenta ao surgimento da Covid-19.
Especialistas ainda não sabem qual tipo de vírus desencadeará a próxima pandemia, mas a gripe aviária é vista como uma das principais candidatas. Eles alertam para a possibilidade de recombinação de vírus e para o risco de transmissão zoonótica, onde um vírus ou bactéria animal salta para humanos.
Também existe a preocupação de que a Doença X possa ser provocada por uma mutação biológica, acidente ou ataque terrorista por manipulação em laboratório.
Diante desses desafios, a mensagem da OMS é clara: o mundo precisa estar mais bem preparado para futuras pandemias, sejam elas conhecidas ou desconhecidas.
Fonte(s): Daily Mail Imagem de Capa: Reprodução / Body and Soul / Mirror UK