Minas Gerais: “nova” variante letal de bactéria matou 3 crianças e deixou 4 internadas; 5 cidades suspenderam as aulas

Novo exame mostrou a presença de uma subespécie de bactéria chamada Streptococcus sp. alfa-hemolítico

de Redação Jornal Ciência 0

Uma nova variante de bactéria pode estar por trás da morte de 3 crianças em São João del-Rei, no Campo das Vertentes, em Minas Gerais. Elas tinham 3,10 e 11 anos.

A bactéria teria sido a responsável ainda pela internação de 4 crianças que, supostamente, estariam infectadas com a Streptococcus sp. alfa-hemolítico. A suspeita veio após um exame realizado pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade.

A criança que teve as amostras coletadas para exame, já recebeu alta. Inicialmente, pensava-se que ela estava com a bactéria Streptococcus pyogenes, mas os resultados encontraram uma subespécie, a Streptococcus sp. alfa-hemolítico.

Apesar de serem do mesmo gênero e apresentarem sintomas parecidos, as bactérias são diferentes. Em geral, provocam infecções na garganta e na pele (escarlatina). Mas, a Streptococcus sp. alfa-hemolítico é considerada mais rara e letal, por produzir uma toxina que leva a casos graves de infecções, podendo ser fatal.

Conforme a infectologista Dr. Karina Nápoles, em entrevista ao O Tempo, a bactéria pode causar infecções na garganta, ouvido e pele, podendo evoluir para febre reumática, insuficiência renal e graves infecções.

A produção de toxinas pelo grupo alfa-hemolítico gera a chamada Síndrome do Choque Tóxico — uma manifestação grave, sendo considerada emergência médica. Em casos extremos, ocorre a septicemia (infecção generalizada) colocando a vida em risco.

O tratamento é feito com antibióticos como o Clavulin ou a famosa Azitromicina, mas em alguns casos é necessário o uso de antibióticos mais potentes, como a Ceftriaxona.

A transmissão da Streptococcus sp. alfa-hemolítico ocorre por meio de contato com pessoas possuindo a bactéria, através de espirros ou tosse. 

“Por estar na mucosa da região da faringe, ela pode contaminar ainda alimentos. Então se a pessoa contaminada fala, pode haver respingos e contaminação de alimentos. Água também pode ser contaminada”, disse ao O Tempo a Dra. Nápoles.

Os casos em São João del-Rei começaram há um mês, após 3 crianças morrerem depois que um menino de 11 anos apresentou vômito e dor de garganta quando estava na escola.

Ao ser levado a UPA da cidade, foi medicado, mas seu estado de saúde piorou no dia seguinte, sendo levado e internado na Santa Casa da Cidade, onde morreu dias depois.

Após a terceira morte, a população entrou em pânico e fizeram manifestações na prefeitura da cidade exigindo o fechamento das escolas. Nesta última terça-feira (24/10), o pedido foi acatado e as aulas foram suspensas por tempo indeterminado.

Outras 4 cidades próximas decidiram tomar a mesma atitude e suspenderam as aulas.

O jornal O Tempo ainda salientou que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais afirmou não haver, até o momento, nada que comprove um surto ou risco à saúde da população. 

Fonte(s): O Tempo Imagem de Capa: Reprodução / Pixabay

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